Apenas 56% dos jovens diagnosticados com HIV iniciam o tratamento

01 de dezembro, 2017

Depois do aumento de caso de Aids em idosos, os jovens voltaram a ser a preocupação quando o assunto é HIV. A falta do uso da camisinha é apontado por especialistas como fator determinante para o aumento da circulação do vírus. Além disso, os jovens são os que menos aderem ao tratamento e que possuem maior proporção de carga viral no sangue.

(UOL, 01/12/2017 – acesse no site de origem)

Os dados do Ministério da Saúde indicam que, em 2016, aproximadamente 830 mil pessoas viviam com o vírus no Brasil. Dessas, 694 mil (84%) foram diagnosticadas, 655 mil (79%) estão vinculadas a algum serviço de saúde e 563 mil (68%) seguem o tratamento.

Os jovens apresentam os piores resultados: apenas 56% dos diagnosticados de 18 a 24 anos iniciaram tratamento com terapia antirretroviral. Destes, menos da metade apresenta supressão viral. Entre todos em tratamento há pelo menos seis meses, 91% atingiram supressão viral –quanto menor a carga viral, menor a possibilidade de transmissão do vírus.

Camisinha é coisa do passado?

De cada 10 jovens entre 15 e 25 anos, seis não usaram preservativo durante o sexo no ano passado, aponta outra pesquisa do Ministério.

“As pessoas estão simplesmente usando menos preservativo. Principalmente, as mais jovens. Elas se expõem muito mais às DSTs e nem estão se dando conta disso. Tanto é que o número de casos entre quem é mais velho permanece estável e até diminui um pouco, mas nos jovens ele dispara”, relatou o médico Sergio Podgaec, ginecologista e obstetra do Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

E não estamos falando só de Aids. Os números de infectados com sífilis também são assustadores. Já a gonorreia e a clamídia também estão atingindo mais pessoas, embora não seja possível precisar quantas porque elas não possuem notificação obrigatória pelo Ministério da Saúde.

Para a médica Ruth Khalili, do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), vários motivos estão levando ao aumento das DSTs no Brasil. Segundo ela, há, hoje, uma maior liberdade sexual que facilita a rotatividade nas parcerias sexuais.

Além disso, a desinformação é grande. Para Khalili, nunca houve um trabalho de conscientização de forma organizada, abrangente e continuada. A isso, soma-se o fato de que o medo da população em relação ao HIV parece ser menor do que nas décadas anteriores.

“Eu estava na faculdade em 1988 quando apareceram os primeiros casos de HIV. E virou o terror. As pessoas tinham um medo absoluto de se contaminar com o HIV. Foi feita uma campanha intensa do uso de preservativo por conta do HIV. E obviamente que as outras doenças foram afetadas”, disse. “Como os tratamentos para o HIV foram melhorando ao longo dos anos, esse medo foi diminuindo”, completa.

O VivaBem montou um guia com as principais doenças sexualmente transmissíveis para te ajudar a entender e se proteger. Veja abaixo:

Thiago Varella

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