Observatório de Sexualidade e Política publica balanço de debates sobre agenda das mulheres em abril

05 de maio, 2016

(Observatório de Sexualidade e Política, 04/05/2016) Paradoxalmente, em abril, enquanto a crise política atingia um ápice com a votação do impeachment em 17 de abril, o aborto assim como temas mais amplos relativos à saúde e aos direitos reprodutivos das mulheres foram amplamente debatidos na sociedade. Na primeira semana do mês, o Núcleo de Defesa da Mulher da Defensoria Pública do Rio de Janeiro realizou um seminário sobre o direito ao aborto. Alguns dias depois, um Simpósio sobre Aborto legal foi promovido pela Academia Nacional de Medicina em que foram debatidos aspectos relativos à saúde, história, reformas das leis do aborto no mundo, política do aborto no Brasil e aspectos jurídicos. No final do mês, o Instituto Patrícia Galvão promoveu o Seminário “A Mulher e a Mídia”, onde foram debatidos os direitos das mulheres no contexto atual de epidemia do zika vírus e seus efeitos sobre a vida reprodutiva, abordando também o papel dos meios de comunicação neste panorama.

Mas, o “tema quente’ do mês foi mesmo a repercussão causada pela matéria da revista Veja caracterizando a esposa do vice-presidente (e virtual presidente), Michel Temer, como “bela, recatada e do lar”, o que gerou uma rebelião feminista nas redes sociais com ampla repercussão nacional e internacional.

Uma boa notícia vem de Santa Catarina onde feministas e prostitutas realizaram um encontro em que foi lançada a “Carta Santa Catarina”, reivindicando ampla discussão nacional sobre o trabalho sexual, a garantia e o acesso a direitos por meio de políticas públicas e a regulamentação da profissão.

Já em Ribeirão Preto, aconteceu mais uma morte causada pela ação do Estado, ou seja, por efeito da brutalidade policial. Luana dos Reis, lésbica e negra, foi brutalmente espancada por policiais militares em frente ao filho. O caso é mais um episódio no trágico roteiro da vida brasileira, em que forças policiais são responsáveis pelos elevados índices de homicídios que vitimam sobretudo negros e pobres.

 

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