ONU Mulheres: igualdade tem que estar no centro de metas de desenvolvimento

22 de março, 2014

(Portal EFE, 22/03/2014) A diretora-executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, expressou neste sábado sua satisfação pelo resultado da 58ª Comissão Sobre a Condição Social e Jurídica da Mulher e ressaltou os avanços conquistados para que as políticas de igualdade estejam no centro da nova agenda global de desenvolvimento.

A diretora-executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka.

A diretora-executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka.

A Comissão encerrou ontem à noite duas semanas de reuniões com um compromisso sobre as prioridades no âmbito da mulher, embora tenha voltado a ficar evidente a profunda divisão entre os países em assuntos como a saúde reprodutiva e a educação sexual.

Para Phumzile, o acordo final “representa um marco de cara a uma agenda global de desenvolvimento transformadora que ponha o fortalecimento das mulheres e as meninas em seu centro”.

O documento de conclusões adotado na meia-noite da sexta-feira reivindica metas específicas sobre a mulher dentro dos novos objetivos de desenvolvimento mundiais que devem ser aprovados em 2015, quando vence a atual agenda.

“Isto requereria vontade política, respaldada com recursos proporcionais. (…) Os investimentos em mulheres e meninas terão que ser ampliados de forma significativa”, indicou em comunicado o responsável de ONU Mulheres.

“Os Estados-membros sublinharam que enquanto os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio alcançaram progressos em muitas áreas, seguem sendo uma tarefa por terminar dado que a desigualdade de gênero persistente”, acrescentou.

O texto aponta, além disso, para a necessidade de conseguir avanços em vários problemas chave como a “pandemia de violência contra as mulheres e meninas no mundo todo”, destacou Phumzile.

A Comissão também assinalou a urgência de garantir o acesso da mulher às oportunidades e recursos, inclusive “à educação de qualidade, à propriedade de terras e outros ativos de produção, assim como à saúde sexual e reprodutiva e aos direitos reprodutivos”.

Esses pontos provocaram que várias delegações, como a da Santa Sé e a do Catar, expressassem suas “reservas” sobre o texto na sessão de encerramento da Comissão.

No outro lado, vários países europeus e latino-americanos lamentaram que o documento de conclusões não tenha sido mais ambicioso nesses âmbitos.

“Sabemos que a igualdade para as mulheres significa progresso para todos. Com o desenvolvimento de uma roteiro global para o futuro, temos a oportunidade de tornar realidade esta premissa”, concluiu Phumzile.

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