Organização denuncia post racista que define ‘preto raiz’ e ‘preto nutella’

16 de fevereiro, 2017

Publicação, que estava em grupo fechado, foi muito criticada por internautas

(O Globo, 16/02/2017 – acesse no site de origem)

A organização Safernet, que monitora crimes e violações dos direitos humanos na internet, denunciou nesta quinta-feira, ao Ministério Público de São Paulo, uma publicação considerada racista, na qual são definidos o “preto raiz” e o “preto nutella”. O post foi publicado no último dia 14 de fevereiro em um grupo fechado do Facebook e se espalhou na rede social, causando indignação entre os usuários.

A publicação faz referência à uma brincadeira feita por internautas que compara pessoas, objetos e situações à moda antiga, ou seja “de raiz”, a uma versão moderninha, definida na brincadeira como “Nutella”. O post indica que o “preto raiz” traz características como “usa corrente”, é “analfabeto” e “obedece ordens do senhor de escravos”, enquanto que o “preto nutella”, por outro lado, “usa turbante”, “questiona autoridade” e “tem cota para estudar”.

A publicação já foi apagada do grupo “Vamos falar de cotidiano, história e filosofia”, onde teria sido publicada originalmente. Mesmo assim, uma cópia da postagem circula na rede, sob críticas duras de internautas. Entre eles está o Alexandre Bravo, de 29 anos, que fez uma publicação para condenar a comparação.

— Recebi o post de uma amiga que faz parte do grupo. Fiquei bem triste até depois de fazer minha publicação porque fizeram comentários horríveis falando que tem que separar (“preto raiz” de “preto nutella) mesmo. Eu não imaginava que ia ter essa repercussão — disse.

Por telefone, Thiago Tavares, diretor-presidente da Safernet, informou que a organização já está ciente da publicação racista.

— Recebemos uma denuncia contra essa publicação e do perfil (na rede social) do suposto autor. Os links desses perfis já estão sob analise do Ministério Público de São Paulo, que tem um grupo que investiga crimes cibernéticos — esclareceu.

A Safernet e o Ministério Público Federal têm um acordo para prevenir e combater a pornografia infantil, a prática de racismo, homofobia, e outras formas de discriminação feitas a partir da internet.

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