População acha que cuidado infantil deve ser uma corresponsabilidade do Estado e da família

01 de março, 2012

(Agência Patrícia Galvão) Pesquisa de opinião realizada em parceria do Instituto Patrícia Galvão e da Ipsos revela também que a sociedade brasileira considera que a creche é igualmente importante para mães e crianças

42% consideram que o cuidado das crianças deve ser uma responsabilidade do Estado
47% acham que se trata de responsabilidade da mãe/família
31% apontam o número de vagas como o fator mais importante em relação às creches
26% entendem que a criança deve frequentar obrigatoriamente uma instituição de ensino antes dos 4 anos
Fonte: Pesquisa Creches – Ipsos / Instituto Patrícia Galvão, 2012.


 

Em parceria com o Instituto Patrícia Galvão, a Ipsos, referência mundial em pesquisa de mercado e interpretação de dados, realizou entre janeiro e fevereiro de 2012 uma pesquisa inédita para avaliar como a população brasileira percebe a importância das creches e a qualidade destes serviços. A pesquisa realizou mil entrevistas pessoais domiciliares com homens e mulheres, de 16 anos ou mais, de 70 municípios de todas as regiões do país.

Entre os três níveis de Governo, a maioria dos entrevistados acha que essa responsabilidade cabe à Prefeitura, conforme dispõe a Lei (Emenda Constitucional nº 14, de 12/09/1996). Não há diferença significativa na percepção de homens e mulheres.

Por regiões: o destaque é para a região Sudeste, onde a responsabilização dos órgãos públicos pelo cuidado das crianças enquanto os pais estão no trabalho chega a 57%

Os maiores contrastes são observados nas regiões Sul e Nordeste, nas quais se destacam a responsabilidade das mães/família, conforme gráfico a seguir:

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A classe média ascendente – a chamada classe C – responsabiliza mais o Estado do que a família pelo cuidado da criança, sobretudo a Prefeitura. Trata-se da principal classe usuária dos serviços das creches e, portanto, a que mais depende do serviço.

A pesquisa revela uma visão equilibrada da sociedade sobre a importância das creches para a criança e para a mulher. Ao responder que “a creche é mais importante para a mãe, pois é o lugar em que ela deixa as crianças para poder trabalhar”, 48% dos entrevistados estão valorizando o trabalho da mulher, hoje fundamental considerando-se um cenário em que as mulheres representam, segundo a PNAD/IBGE, 52,7% da PEA (População Economicamente Ativa). Ao mesmo tempo, os 49% que afirmam que a creche é mais importante para a criança, pois é “sua primeira escola e tem influência na sua educação futura”, estão atribuindo um papel fundamental para esse serviço, não como assistência, mas como primeira etapa de educação e primeiro espaço de socialização da criança, depois da família.

Nº de vagas é mais importante para mulheres com crianças no domicílio

Sobre os fatores mais importantes em relação às creches, 32% das mulheres com crianças no domicílio, independentemente da classe social, apontam o número de vagas como o fator mais importante, seguido de horário de funcionamento (25%) e localização (21%).

Sobre a idade ideal para a criança começar a frequentar uma instituição de ensino, 26% acham que a criança deve frequentar uma instituição de ensino antes dos 4 anos. Há um baixo nível de conhecimento sobre a idade para a qual o ensino é obrigatório no Brasil, visto que apenas 18% responderam corretamente. Segundo a Emenda Constitucional nº 59, de 11/11/2009, a educação básica é obrigatória e gratuita a partir dos 4 anos. Esse dado pode estar apontando uma percepção de que a criança tem o direito e/ou se beneficia de uma educação precoce.

Quanto à avaliação dos serviços das creches, há uma mudança significativa de percepção: embora a maioria das mulheres que trabalham tenha uma avaliação positiva, entre as sem filhos a tendência de avaliar positivamente o serviço é maior (57%) do que para as que têm filhos (47%) e trabalham.

A avaliação das creches é mais positiva nos municípios do interior, onde 57% consideram o desempenho das creches como ótimo ou bom. Nas regiões metropolitanas, este número cai para 44%, e nas capitais, para 39%. Tanto nas capitais quanto nas regiões metropolitanas, 30% dos entrevistados consideram as creches regulares e 17% e 19%, respectivamente, as consideram ruins ou péssimas.

A região Norte/Centro-Oeste é a que teve a avaliação mais negativa em relação às creches: 33% as consideram ruins ou péssimas. Em contrapartida, as regiões Sul e Sudeste, são as que melhor avaliaram as creches: 56% e 58% como ótimas ou boas, respectivamente.

Acesse os slides da apresentação completa em pdf

Sugestão de fontes para entrevista:

Arlene Martinez Ricoldi – pesquisadora da Fundação Carlos Chagas e presidente da União de Mulheres de São Paulo
(11) 3723.3000 / 9411.2007 – [email protected]

Denise Carreiraintegrante da ONG Ação Educativa e coordenadora da Campanha Nacional pelo Direito à Educação
(11) 3151.2333 / 9606.4309[email protected]

Eliana Maria Bahia Bhering – psicóloga e pesquisadora da Fundação Carlos Chagas
(11) 3723.3106 – 8639.1295[email protected]

Maria Malta Campos – pedagoga e pesquisadora da Fundação Carlos Chagas
(11) 3723.3106 – [email protected]

Salomão Ximenes – advogado e integrante da ONG Ação Educativa e do movimento Creche para Todos
(11) 3151.2333 – [email protected]

Sirlei Márcia de Oliveira – socióloga e coordenadora executiva da Escola Dieese de Ciências do Trabalho
(11) 3874.5377 – [email protected]

Sobre o Instituto Patrícia Galvão

logo_130O Instituto Patrícia Galvão é uma organização não-governamental feminista que tem como missão contribuir para a qualificação da cobertura jornalística sobre questões críticas que envolvam violações dos direitos das mulheres brasileiras, a fim de influenciar o debate público para demandar respostas do Estado e mudanças na sociedade e na própria mídia.

E, por considerar que o jornalismo tem um papel fundamental na ampliação e no aprofundamento do debate sobre questões-chaves das mulheres brasileiras, o Patrícia Galvão tem construído canais de diálogo com diferentes interlocutores da área da comunicação, a fim de assegurar que a imprensa cumpra suas funções na esfera pública: fiscalizar os poderes constituídos, explicar os fatos, informar sobre os direitos dos cidadãos e promover o debate de ideias para provocar mudanças de atitudes e mentalidades. E tudo isso com uma abordagem que contemple os direitos das mulheres, em especial no âmbito das políticas públicas.

Sobre a Ipsos: www.ipsos.com.br

logo_ipsos130A Ipsos é referência mundial em pesquisa de mercado e interpretação de dados – é a 1ª marca em pesquisa “survey-based” no mundo. No Brasil é a maior e mais completa empresa de pesquisas “survey based” do mercado.

A Ipsos atende mais de cinco mil clientes no mundo através de 16 mil funcionários em mais de 80 países. No Brasil, conta com mais de 800 pesquisadores e entrevistadores diretos realizando mais de 2,5 milhões de entrevistas por ano para uma carteira de clientes que inclui praticamente todas as grandes empresas presentes no Brasil.

Ipsos se orgulha de ser a única companhia global de investigação de mercado que ainda é controlada e gerenciada por pesquisadores.

Criada há 36 anos na França e presente no Brasil desde 1997, a Ipsos consolidou-se como a marca líder porque é a única estruturada por meio de áreas de especialização: Marketing research; Advertising and Brand research; pesquisa de Media, Conteúdo e Tecnologia; Opinião Pública; Reputação Corporativa; e Customer & Employee Relationship management. Isto garante ao cliente soluções especializadas para seus dilemas em cada área.


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