Campanhas e protestos contra a violência machista repercutem nas redes sociais pelo Brasil

01 de abril, 2014

(ONU, 01/04/2014) Após ser divulgado na última quinta-feira (27), o resultado de um estudo conduzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) sobre a violência contra a mulher e o número de feminicídios no Brasil causaram indignação no país. O relatório afirma que a maioria dos brasileiros concordam que o comportamento da mulher pode motivar o estupro, direcionando a culpa a elas.

Apesar de contar com algumas das leis mais severas do mundo, o Brasil ainda ocupa o sétimo lugar mundial em homicídios de mulheres cometidos, principalmente, pelos parceiros íntimos e ex-parceiros. Segundo o IPEA, as regiões nordeste, centro-oeste e norte do Brasil apresentaram as taxas de feminicídios mais elevadas, mesmo depois de oito anos de vigência da lei contra a violência machista, a Lei Maria da Penha.

Diante desta cruel realidade, emergiram nos últimos dias campanhas e atos contra a violência machista. Frases como #nãomereçoserestuprada e #respeiteasmulheres foram usadas por milhares de brasileiros em suas contas nas redes sociais, como forma de protesto aos resultados do relatório.

Manifestação em maio de 2013 em São Paulo. Foto: Marcelo Camargo/ABr

A presidenta Dilma Rousseff, em sua conta pessoal no twitter, respondeu ao relatório, defendendo “tolerância zero” à violência contra a mulher. “O resultado deixa claro o peso das leis e das políticas públicas no combate à violência contra a mulher”, comentou.

Além disso, um grupo de jovens estudantes do Paraná com o celular em mãos e suas contas nas redes sociais também chamaram a atenção sobre o problema. Criaram um vídeo de dois minutos com alguns depoimentos e alertas sobre a violência contra mulher e acabaram por ganhar uma premiação promovida pelo Banco Mundial e parceiros.

Segundo o vídeo, uma mulher é assassinada a cada 90 minutos no Brasil em um episódio de violência doméstica ou de gênero. As principais vitimas ainda são as mulheres negras e de baixa escolaridade.

A campanha “UNA-SE”, lançada em 2008 pelo secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, pelo fim da violência contra as mulheres, apoia os atos e convoca aos governos, a sociedade civil, as organizações de mulheres, os jovens, o setor privado, a mídia e todo o Sistema ONU para unir forças para erradicar este fenômeno global.

Além disso, a ONU Mulheres no Brasil tem tomado medidas para acabar com a violência contra as mulheres. Entre elas, o Protocolo para a Investigação das Mortes Violentas de Mulheres por Razões de Gênero; a campanha “O valente não é violento”, em parceria com a campanha “UNA-SE”; e o aplicativo “SOS Mulher”, que faz parte de um projeto global por cidades seguras para mulheres e meninas.

Assista o vídeo aqui

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