Dilma presta solidariedade à jornalista que lançou protesto na web contra estupro

01 de abril, 2014

(O Globo, 01/04/2014) A presidente Dilma Rousseff manifestou, nesta segunda-feira, apoio à jornalista Nana Queiroz, que lançou um protesto na internet contra o resultado da pesquisa do Ipea, que apontou o machismo na sociedade brasileira. “Por ter se manifestado nas redes contra a cultura de violência contra a mulher, a jornalista foi ameaçada de estupro. Nenhuma mulher merece ser vítima de violência, seja física ou sob a forma de ameaça. Organizadora do protesto #NãoMereçoSerEstuprada, @nanaqueiroz merece toda a minha solidariedade e respeito”, escreveu a presidente.

Segundo Dilma, “o governo e a lei estão do lado de @nanaqueiroz e das mulheres ameaçadas ou vítimas de violência”, disse a presidente que usou a hashtag “#respeiteasmulheres”.

Pesquisa do Ipea, divulgada na semana passada, mostra que a maioria dos entrevistados responsabilizam o comportamento e a vestimenta das mulheres pelos casos de estupro no país. “A jornalista @nanaqueiroz se indignou com os dados da pesquisa do @ipeaonline sobre o machismo na nossa sociedade”, afirmou a presidente.

A página do protesto na internet chegou a ser hackeada e o nome da comunidade foi trocado para “M de medo”. Os administradores resolveram então fechar a página, antes aberta para leitura e comentários. Se as ameaças violentas vieram dos homens, o público feminino foi responsável por grande parte das ofensas e reprimendas publicadas.

— As mulheres diziam: Espero que você seja estuprada, você não tem intelecto. Foram muitas mensagens raivosas de mulher — contou Nana Queiroz, no sábado.

Organizadora do protesto #NãoMereçoSerEstuprada, @nanaqueiroz merece toda a minha solidariedade e #respeito

— Dilma Rousseff (@dilmabr) 31 março 2014

A violência foi tanta que um grupo chegou a criar um evento no Facebook convocando internautas para um “estupro coletivo” das mulheres do “Eu não mereço ser estuprada”. Nana, uma das vítimas das ameaças, disse que “experimentou na pele” os resultados demonstrados pela pesquisa do Ipea:

“Amanheci de uma noite conturbada. Acreditei na pesquisa do IPEA e experimentei na pele sua fúria. Homens me escreveram ameaçando me estuprar se me encontrassem na rua, mulheres escreveram desejando que eu fosse estuprada”, escreveu.

Ela prestou queixa na delegacia da mulher de Brasília por crime de incitação à violência.

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