Após 1º turno, como o Brasil vai proteger as mulheres negras eleitas?, por Anielle Franco

MarchadasMulheres_8M_mar20_Créditos @juavs

Marcha das Mulheres_8M_mar20. Foto: Juliana Vieira

06 de outubro, 2022 Uol

(Anielle Franco/ Uol) Anielle é cria da favela da Maré, no Rio de Janeiro. É bacharel em Jornalismo e Inglês pela Universidade Central de Carolina do Norte e bacharel-licenciada em Inglês/Literaturas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. É mestra em Jornalismo e Inglês pela Universidade de Florida A&M, e atualmente é mestranda em uma universidade federal no Rio de Janeiro (Cefet) cursando relações étnico-raciais com o foco na identidade das mulheres negras através da memória e legado de Marielle Franco, sua irmã e inspiração diária. Publicou seu primeiro livro, “Cartas para Marielle”, e tem participação importante em diversas publicações, incluindo a autobiografia de Angela Davis. Trabalha como professora, palestrante, escritora e é a atual diretora do Instituto Marielle Franco, curadora do Projeto Papo Franco e também do curso Marielles.

No último domingo de eleição, a saudade de Mari, que sempre nos acompanha, bateu de uma forma mais específica: bateu a vontade de votar nela, de sair toda adesivada. A eleição me corta e me atravessa num lugar que ninguém jamais vai conseguir imaginar. Não é simples falar de política, incidir, criar ou até mesmo levantar pra votar sem me emocionar ou pensar como seria se ela estivesse aqui. Mas mesmo com desafios e dores tão latentes, ainda assim, eu tenho seguido! Sigo porque tenho fé de que o amor vencerá e tudo vai valer a pena. Por isso, hoje eu não poderia deixar de saudar e celebrar todas as mulheres negras que também vem lutando por um projeto de futuro com justiça racial e de gênero, por uma real alternância de poder, enegrecendo os parlamentos deste Brasil.

Nós, mulheres negras, temos um projeto para avançarmos na garantia dos nossos direitos, e é isto que a Agenda Marielle representa. Assim, com o avanço que tivemos ontem com a eleição de mulheres negras comprometidas com o legado da minha irmã de norte a sul do país — porque a gente sabe o trabalho duro que é lidar com essas estruturas de poder embranquecidas e cis-heteronormativas que não querem nossos corpos, nossos sonhos, nossos projetos nos espaços de decisão.

Acesse a matéria completa no site de origem.

Nossas Pesquisas de Opinião

Nossas Pesquisas de opinião

Ver todas
Veja mais pesquisas