8 de março, dia de radicalizar a esperança no Brasil, por Nalu Faria

Mulheres negras marcham contra o racismo e a violência em Brasília (Foto: Mídia NINJA)

07 de março, 2023 Capire Por Nalu Faria

Nalu Faria fala sobre os desafios do movimento feminista para enfrentar a pobreza e o controle patriarcal sobre os corpos e vidas das mulheres

As mobilizações ao redor do mundo no 8 de março, Dia Internacional de Luta das Mulheres, expressam a força e potência do feminismo e são uma marca contundente do seu alcance como projeto emancipador.

Essa grandeza nos conduz a olhar de forma muito aguda para a realidade vivida por nós, mulheres. De um lado, salta aos olhos como nós, mulheres, sustentamos a vida com o trabalho interminável, marcado por múltiplos afazeres simultâneos, precariedade, racismo, controles e imposições sem fim. Assim, as mulheres garantem o cuidado da vida na casa e na sociedade em geral, e atuam também na resistência aos ataques contra os territórios e às tentativas de destruição dos modos de vida.  Todo esse trabalho tem uma dimensão invisível: as mulheres estão garantindo conexões entre as pessoas, os tempos, as gerações, os conhecimentos, os afetos.

No 8 de março, expressamos a trajetória de denúncias, de resistência, de construção de respostas pelas mulheres. É cada vez mais revoltante a violência do sistema dominante, que não cabe em uma única palavra – por isso, nomeamos esse sistema como heteropatriarcal, capitalista, racista, colonialista e LGBTfóbico.

No Brasil, fizemos crescer a esperança, e agora nossos passos são para transformar o país. Estamos fortalecidas para recuperar a democracia, que sempre articulamos com a luta para derrotar o neoliberalismo e construir um projeto de país popular e soberano. Nessa trajetória,fomos protagonistas na resistência à ultradireita e na defesa de uma mudança de projeto, que se expressou em nossa presença nas lutas populares e no voto nas urnas.

Feminismo antissistêmico

Só com uma visão sistêmica poderemos entender a condição e as dinâmicas vividas pelas mulheres. Nossos corpos amortecem os impactos da crise, vivendo situações de estresse, tensões e adoecimento mental, em uma dinâmica de precarização da vida na qual se trabalha para viver e se vive para trabalhar. É uma dinâmica de imposição do mercado sobre nossas vidas e nossos corpos que provoca mais violência, mais feminicídio, mais controle, disciplinamento, racismo, pobreza e desigualdade. Para ter uma vida sem violência e perseguição, precisamos de democracia, de poder popular e valores libertários.

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