07/07/2012 – Egípcias protestam contra as agressões sexuais na Praça Tahrir

07 de julho, 2012

(Terra, com informações da AFP) As egípcias, cercadas de voluntários encarregados de sua segurança, fizeram uma manifestação na sexta-feira na Praça Tahrir, no Cairo, para denunciar as agressões sexuais que sofreram neste local que virou símbolo da revolução em 2011.

“Queremos ser tratadas como cidadãs e não como fêmeas”, reclamou Rasha Kamel, uma ginecologista de 38 anos e uma das organizadoras desta ação simbólica.

Nas ruas da capital egípcia, o assédio às mulheres, cobertas ou não com o véu, com frases ou gestos obscenos, é um fenômeno recorrente.Durante a revolta de janeiro e fevereiro de 2011, várias egípcias, assim como jornalistas estrangeiras, foram vítimas de ofensas sexuais nessa praça.

Em 11 de fevereiro de 2011, quando a multidão festejava a queda do presidente Hosni Mubarak, uma correspondente do canal americano CBS, Lara Logan, foi vítima de uma agressão com violência sem precedentes, quando entre 200 e 300 homens se lançaram sobre ela.

Em novembro de 2011, uma jornalista do canal francês France 3, Caroline Sins, declarou à AFP que teve as roupas arrancadas e seu corpo apalpado.

Em 2 de junho passado, uma jovem estrangeira denunciou à organização não-governamental Nazra que um grupo de homens a agarrou, tirou suas calças e a estupraram com os dedos.

Poucos dias mais tarde, um grupo de mulheres se manifestavam contra o assédio sexual foi atacado, assim como uma estudante britânica de jornalismo, Natasha Smith, que afirmou ter sido vítima de agressão sexual. [Veja link a seguir]

Para muitos observadores, a semelhança dos ataques e o fato de aconteceram no mesmo ponto na Praça Tahrir sugerem atos premeditados.

Para Ahmed Niazy, um dos homens que participaram na marcha de sexta-feira, o regime – que, segundo ele, não caiu de verdade – utiliza a agressão sexual para reprimir a liberdade de expressão. Para eles, as mulheres constituem o setor mais frágil da sociedade e essa é a maneira que encontraram de pressionar.

Acesse em pdf: Egípcias protestam contra as agressões sexuais na Praça Tahrir (Terra – 07/07/2012)

Leia também:
“Por favor Deus, faça-o parar!”. Jornalista britânica descreve momento de abuso sexual no Egito (Marie Claire – 27/06/2012)

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