30/07/2013 – É necessário fazer “uma profunda teologia da mulher”, afirma Bergoglio

30 de julho, 2013

(O Globo) “A Igreja é feminina porque é esposa e mãe”. Para o Papa Francisco, não se pode pensar em uma Igreja da qual as mulheres estejam excluídas, ainda que ele tenha deixado claro que a ordenação delas não esteja no horizonte. Ele ressaltou, porém, que é necessário fazer “uma profunda teologia da mulher”. O Pontífice ainda citou como exemplo da fortaleza feminina o papel que as mulheres paraguaias tiveram na reconstrução do país, depois da devastação provocada pela guerra.
Maria, mãe de Jesus, continua sendo a grande referência, tendo sido citada várias vezes nas declarações do Papa aos jornalistas estrangeiros durante seu voo de volta para Roma.

— Uma Igreja sem as mulheres é como o colégio apostólico sem Maria — afirmou, ressaltando que “Nossa Senhora é mais importante que os apóstolos”.
O Pontífice, em deferência aos latino-americanos, deu como exemplo do papel crucial das mulheres o que ocorreu no Paraguai após a guerra que devastou o país, que durou de 1864 a 1870.

— Para mim, as mulheres paraguaias são as mais gloriosas da América Latina. Sobraram, depois da guerra, oito mulheres para cada homem. E essas mulheres fizeram uma escolha um pouco difícil. A escolha de ter filhos para salvar a pátria, a cultura, a fé, a língua. Na Igreja, deve-se pensar nas mulheres sob essa perspectiva. Escolhas de risco, mas como mulher — disse o Papa.

De acordo com Francisco, a mulher ajuda a Igreja a crescer. Ele admitiu, no entanto, que até agora não foi feita uma “profunda teologia da mulher”.
— Somente um pouco aqui, um pouco lá. Mas há mais o que fazer. É necessário fazer uma profunda teologia da mulher. É isso o que eu penso — afirmou. — Não se pode entender uma Igreja sem uma mulher ativa.

Papel não pode ser limitado

Ao ser perguntado sobre a possibilidade de a Igreja ordenar mulheres sacerdotes — como já fazem os anglicanos —, o Pontífice, no entanto, foi categórico: a porta está fechada. Ainda assim, reafirmou a defesa de uma participação maior das mulheres na Igreja Católica.

— Sobre a participação das mulheres na Igreja, não se pode limitar a alguns cargos: a catequista, a presidente da Cáritas. Deve ser mais, muito mais. Sobre a ordenação, a Igreja já falou e disse que não. João Paulo II afirmou isso com uma formulação definitiva. Essa porta está fechada. Mas recordemos que Maria é mais importante que os apóstolos. A mulher na Igreja é mais importante que os bispos e os padres. Acredito que falte uma especificação teológica.

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