10/09/2013 – Pesquisa aponta permanência da desigualdade de gênero na mídia no Reino Unido

10 de setembro, 2013

(Observatório da Imprensa) Uma pesquisa acadêmica feita pela professora Suzanne Franks para o Instituto Reuters para Estudo do Jornalismo revelou o que muitos já haviam percebido no dia a dia: jornalistas do sexo feminino no Reino Unido são menos propícias a alcançar posições mais altas e mais bem pagas na hierarquia das empresas de comunicação. As que conseguem atingir cargos mais elevados tendem a não ter filhos – em proporção maior do que a dos homens nos mesmos cargos.

“No começo dos anos 90, havia três editores de jornais nacionais do sexo feminino”, diz Suzanne. Em 1994, um funcionário de alto escalão da News International estimou que, nos anos 2000, esse número subiria para 10 – no entanto, atualmente há duas editoras apenas: Dawn Neesom, do Daily Star, e Lisa Markwell, do Independent on Sunday. “Temos que parar de assumir que tudo está melhorando”.

Suzanne observou que, na história recente do país, houve apenas uma mulher na chefia de um jornal diário – ocorreu há 15 anos, quando Rosie Boycott foi editora do Independent por três meses. Em 90 anos, nunca houve uma diretora-geral na BBC. Na última UK Press Awards, o índice de mulheres vencedoras foi o mais baixo em cinco anos.

Desequilíbrio

Segundo a professora, que trabalha na City University, em Londres, o desequilíbrio é grande: em 2012, havia duas vezes mais estudantes mulheres do que homens na maior parte dos maiores programas de jornalismo britânicos. Além disso, no que se refere a salários, há uma grande disparidade a favor dos homens – o que é um fenômeno mundial. Um estudo da Federação Internacional de Jornalismo, de 2012, confirmou essa situação em 16 países pesquisados.

As mulheres que obtiveram sucesso em suas carreiras tendem a se concentrar nas áreas de comportamento, moda, economia, imprensa local e conflitos de guerra, enquanto as seções de política, notícias de última hora e opinião ainda são muito masculinas.

Confira o sumário executivo e o primeiro capítulo do estudo neste link (em inglês).

Acesse o PDF: Pesquisa: ainda há desigualdade de gênero no Reino Unido (Observatório da Imprensa, 10/09/2013)

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