26/09/2013 – Complicações associadas a abortos têm redução significativa em Portugal após legalização

26 de setembro, 2013

(RTP Notícias) “O número de atendimentos por complicações de ‘aborto ilegal’ nos serviços de urgência diminuiu consideravelmente desde 2007”, refere o documento que analisa os problemas associadas à interrupção da gravidez.

A média anual de atendimentos nos serviços de urgência, entre 2002 e 2007, por complicações ligadas ao aborto ilegal foi de 1.258, tendo descido para uma média de 241 entre 2008 e 2012.

Contudo, entre 2008 e 2012 há ainda que contar com as complicações registradas nas interrupções de gravidez dentro do quadro legal. Ainda assim, a média anual destes cinco anos fica abaixo dos 1.100 casos, e menor que a registrada antes da entrada em vigor da nova lei.

De acordo com os dados do relatório da Direção Geral da Saúde (DGS), também se notou uma redução do número de complicações mais graves, como infeção/septcemia e perfuração do útero.

Das oito mortes maternas registradas em 2011 e 2012 nas unidades de saúde que responderam ao questionário, nenhuma esteve associada à interrupção da gravidez, quer legal ou ilegal.

Aliás, estima-se, internacionalmente, que a mortalidade materna associada à interrupção da gravidez legal é de 0,32 em cada 100 mil nascimentos.

“A frequência de complicações comunicadas pelos serviços de saúde em 2011 e 2012 enquadra-se nos valores encontrados noutros centros internacionais”, refere o relatório.

Para Teresa Bombas, da Sociedade Portuguesa de Contracepção, estes são indicadores positivos e mostram que a nova lei da interrupção voluntária da gravidez trouxe vantagens na diminuição da morbidade e dos problemas do aborto clandestino.

No Dia Mundial da Contracepção, a especialista adianta que os números em Portugal mostram que há 209 interrupções da gravidez por cada 100 mil nados vivos, dados abaixo da média europeia.

Internacionalmente, estima-se que, todos os anos, mais de 41% dos 208 milhões de gravidezes em todo o mundo não sejam planejadas, o que significa que mais de 80 milhões de mulheres têm filhos não desejados ou planejados.

Em nível mundial, dois milhões de adolescentes com menos de 15 anos e 16 milhões com idade entre os 15 e os 19 anos são mães anualmente.

Dados que são hoje divulgados pelas entidades organizadoras do Dia Mundial da Contracepção indicam que mais de metade das mulheres em idade reprodutiva nos países desenvolvidos querem evitar a gravidez.

Em Portugal, segundo Teresa Bombas, 65% das mulheres em idade fértil recorrem a contracepção oral (pílula) para não engravidar e as gravidezes na adolescência têm vindo progressivamente a diminuir.

Os desafios da contracepção serão debatidos na sexta-feira e no sábado por profissionais de saúde e investigadores, numa reunião da Sociedade Portuguesa da Contracepção que ocorrerá na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

Acesse o PDF: Complicações associadas a abortos com redução significativa em Portugal (RTP Notícias – 26/09/2013)   

 

 

 

 

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