29/09/2013 – Violência doméstica é tema de concurso de vídeos do Instituto Avon

29 de setembro, 2013

(M de Mulher) A cada cinco minutos uma mulher é agredida no Brasil. Entre 1980 e 2010, mais de 90 mil mulheres foram assassinadas no país – 43,7 mil só na última década. Mais de 70% das mortes acontecem nas residências das vítimas. Em 65% dos casos, o agressor é o cônjuge ou ex-parceiro. Esses números do Mapa da Violência 2012 – Homicídio de Mulheres no Brasil, do Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos, refletem uma realidade alarmante sobre a violência doméstica. Para sensibilizar a sociedade a respeito deste triste cenário, o Instituto Avon promoveu um concurso com o tema “Em briga de marido e mulher se mete a colher”, com o objetivo de incentivar mais pessoas a denunciarem casos de agressão.

Segundo a pesquisa Instituto Avon/IPSOS – Percepções sobre a Violência Doméstica contra a Mulher no Brasil, de 2011, seis em cada 10 brasileiros conhecem uma mulher que foi vítima de violência doméstica. No entanto, são minoria aqueles que resolvem tomar uma atitude e registrar uma queixa no Ligue 180, a central do governo federal para onde mulheres de todos os cantos do Brasil devem telefonar quando são acuadas pelo marido, namorado ou ex.

O resultado da iniciativa em parceria com o MinutoAD foi apresentado na última quinta-feira (26). “Recebemos produções de alta qualidade que apontam para um entendimento de que a violência contra a mulher é um problema de todos e que a intervenção, mesmo que pequena, pode ajudar a salvar uma vida”, afirma Lírio Cipriani, diretor executivo do Instituto Avon. Assista aos três vídeos vencedores:

1º lugar: “Humanifeste-se”, de São Paulo – SP
Simulou notificações sobre as agressões contra mulheres em uma rede social, alertando para os perigos da omissão.

 

2º lugar: “Depoimento”, de Poços de Caldas – MG
Mostra como o depoimento de uma mulher comum pode esconder a verdadeira situação da violência em casa.

 

3º lugar: “Ninguém ficará quieto”, de São Paulo – SP
Venceu a votação popular apresentando uma versão feminina para o famoso discurso “Eu tenho um sonho”, do ativista americano Martin Luther King.

 

Em tempo

Em agosto, a Lei Maria da Penha – que aumentou o rigor das punições para quem comete agressões contra a mulher – completou 7 anos de existência. No entanto, segundo estudo publicado na última quarta-feira (25) pelo Ipea – Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada, na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara, não houve um impacto significativo na redução de morte de mulheres no Brasil. Entre 2001 e 2006, período anterior à lei, foram mortas, em média, 5,28 mulheres a cada 100 mil. Um leve decréscimo na quantidade de feminicídios ocorreu apenas em 2007, voltando a crescer nos anos subsequentes até alcançar, em 2010, a taxa de 4,6 mortes para cada 100 mil mulheres – mesmo patamar encontrado em 1996. A pesquisa conclui que há “a necessidade de reforço às ações previstas na Lei Maria da Penha, bem como a adoção de outras medidas voltadas ao enfrentamento à violência contra a mulher, à efetiva proteção das vítimas e à redução das desigualdades de gênero no Brasil”.

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