Ex-candidata francesa é condenada à prisão por racismo

16 de julho, 2014

(O Globo, 16/07/2014) Mais votado nas últimas eleições ao Parlamento Europeu, o partido de extrema-direita Frente Nacional sofreu um golpe nesta quarta-feira ao ter uma de suas ex-candidatas condenada a nove meses de prisão e a cinco anos de inelegibilidade por ter comparado a ministra da Justiça da França, Christiane Taubira, que é negra, a um macaco. O tribunal de Cayena, a capital da Guiana Francesa onde nasceu a ministra, determinou ainda que Anne-Sophie Leclère pague uma multa de € 50 mil (R$ 150.595,00) ao Partido Walwari, criado por Taubira na Guiana. A sentença, que prevê ainda uma multa à FN, representa um revés em sua tentativa de reformular a imagem da legenda.

Em outubro do ano passado, Anne-Sophie Leclère era candidata da FN nas eleições municipais de Rethel, no Norte da França, quando postou no Facebook uma foto de um filhote de macaco junto a uma imagem da ministra com o texto “Aos 18 meses.., e agora”. Diante da repercussão, o partido a retirou Leclère da lista de candidatos. Nesta quarta-feira, a política classificou a condenação de “parcial e política” e anunciou que vai recorrer.

— Não pronunciei palavras racistas, apenas compartilhei uma montagem no Facebook da qual não sou a autora. Não sou racista —declarou.

FRENTE NACIONAL TAMBÉM VAI RECORRER

Mesmo tendo expulsado Leclère, a Frente Nacional terá que pagar € 30 mil (R$ 90.357,00), de acordo com a decisão do tribunal. O partido de Marine Le Pen considerou a sentença “grotesca e desproporcional”. O partido afirma que motivações políticas influenciaram o caso e classificou a decisão como uma violação do Estado de Direito e à liberdade de expressão, anunciando que também vai apelar contra a multa.

Já o governo francês considera que o ataque contra a ministra foi “um ato de racismo ultrajante” e que é necessário respeitar a decisão judicial.

No ano passado, a ministra da Justiça foi alvo de várias agressões racistas. Taubira, que se recusou a comentar a sentença, sempre cobrou uma resposta aos ataques, denunciando que eles minam a convivência e semeiam a incerteza para centenas de milhares de jovens imigrantes na França.

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