Conselho Nacional de Direitos da Mulher repudia morte de ativistas

20 de agosto, 2014

(Portal Fórum, 19/08/2014) O presidente da ASPRONU e sua esposa foram executados no Distrito de Guariba; a ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais também foi assassinada

O presidente da Associação de Produtores Rurais Nova União (ASPRONUJ), Josias Paulino de Castro, 54, e sua esposa, Ireni da Silva Castro, 35, foram assassinados no último sábado (16), no Distrito de Guariba, no município de Colniza. De acordo com amigos, Castro já havia denunciado que corria risco de vida e que, uma semana antes de seu assassinato declarou que teria de ser assassinado pra que acreditassem nele e que tomassem providências.

De acordo com informações da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Josias Paulino de Castro, teria denunciado políticos da região por extração ilegal de madeira e também teria alertado para a presença de pistoleiros na região. Em uma última reunião da qual participou Castro alertou os companheiros da situação.

“Estamos morrendo, somos ameaçados, o Governo de Mato Grosso é conivente, a PM de Guariba protege eles, o Governo Federal é omisso, será que eu vou ter que ser assassinado para que vocês acreditem e tomem providências”, disse Josias no dia 5 de Agosto.

De acordo com a Polícia Civil, o casal foi baleado com uma arma 9mm, que é de uso de restrito e que Ireni levou um tiro na mão. O delegado Marco Bortolotto Remuzzi, da Polícia Civil Judiciária, abriu inquérito e investiga o caso de duplo homicídio. Ainda não há pistas sobre os responsáveis pelo assassinato.

Assassinada ex-presidente do sindicato de trabalhadores rurais no Mato Grosso

Na ultima quinta-feira (13), a ex-presidenta do Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura de União do Sul, em Mato Grosso, Maria Lúcia do Nascimento, também foi assassinada. Nascimento vivia no assentamento Nova Conquista 2. Ela e mais 25 famílias haviam conquistado recentemente da justiça local a reintegração do assentamento à fazenda em que estava instalado.

Maria Lúcia Nascimento e outras famílias haviam sofrido ameaças do dono da fazenda, Gilberto Miranda, que foram registradas em Boletim de Ocorrência e em atas de denúncias feitas diretamente ao ouvidor agrário nacional, desembargador Gercino José da Silva Filho. Segundo informações, as ameaças foram, inclusive, testemunhadas por oficiais de justiça.

A execução de Maria Lúcia Nascimento foi realizada dentro do assentamento. Testemunhas afirmaram que os disparos foram realizados por um funcionário do fazendeiro, que rondava a região há dias e intimidava os moradores.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (contag) está trabalhando junto com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para que o caso seja apurado pelas autoridades o mais rápido possível.

O secretário de Política Agrária da Contag, Zenildo Xavier, acompanha pessoalmente o caso. “É o nosso papel denunciar e fazer com que esse assassino e o mandante vá para a cadeia. É inadmissível essa situação, que acontece em vários estados. Onde isso vai parar? Trabalhadores estão morrendo, outros sofrem ameaças e seus executores e ameaçadores estão ficando impunes”, disse Xavier.

Por Redação com informação da Contag e CPT

Nota de repúdio do CNDMMais ‘margaridas’ tombam na luta pela terra

O Conselho Nacional dos Direitos da Mulher- CNDM manifesta sua indignação e tristeza pela ocorrência de novos crimes envolvendo trabalhadoras e trabalhadores rurais em Mato Grosso.

Denunciamos o assassinato, no dia 13 de agosto, em União do Sul, de Maria Lúcia do Nascimento, alvejada com três tiros. Denunciamos ainda o duplo homicídio de Irani da Silva Castro e de seu marido, Josias Paulino de Castro. Os crimes aconteceram no dia 16 último em Guariba, distrito de Colniza/MT.

Maria Lúcia, liderança sindical atuante, foi presidenta do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de União do Sul/MT. Era assentada na Gleba Macaco, reconhecida legalmente como terra pública da União, onde coordenava a luta pela regularização do assentamento onde vivem mais 25 famílias.

Exigimos imediata proteção para as companheiras e companheiros que continuam na luta e uma rápida investigação para a punição, tanto dos executores, quanto dos mandantes desses crimes bárbaros.

Conselho Nacional dos Direitos da Mulher

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