Intimidadas com a falta de privacidade, mulheres reprovam banheiro público feminino no Rio

10 de setembro, 2014

(O Globo, 10/09/2014) Lado a lado com o banheiro masculino, sem privacidade, sem papel higiênico, sem barras para apoiar a mão e se agachar. Na boca das mulheres, são muitas as críticas à primeira Unidade de Fornecimento de Alívio (Ufa!) feminina, instalada no dia 28 para uma fase de testes na Praça Serzedelo Correia, em Copacabana.

— Não tenho coragem de usar. Qualquer engraçadinho pode olhar por cima ou tirar foto — avalia a maquiadora Maria Priscila Lima.

Outras são mais enfáticas:

— Tem que fazer de pé! — reclama a terapeuta Maria do Carmo Ferreira.

O secretário municipal de Conservação e Serviços Públicos, Marcus Belchior, diz que o modelo será avaliado até o final do ano, quando será decidido se será mantido ou não.

— Vamos levar em conta a análise do público. Se chegarmos à conclusão de que não tem como implantar isso para mulheres, o projeto será cancelado — afirma ele. — Lançamos o desafio para o mercado e esse foi o único projeto que conseguiram desenhar. E fazer junto com o mictório masculino foi apenas questão de economia. Os próximos, se forem feitos, não serão duplos.

Com o custo de R$ 19 mil, o equipamento é de aço inox e tem ligação direta com a rede de esgoto da Cedae, para evitar o mau cheiro. Apesar disso, quando a equipe visitou o banheiro, o fedor era forte.

— Se urinar fora do equipamento, é claro que vai feder. Na Europa, essa tecnologia funciona. A responsabilidade é compartilhada — diz Belchior.

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