Site dos EUA reúne depoimentos de assédio a mulheres nas ruas em oito países

09 de outubro, 2014

(UOL Notícias, 09/10/2014) Cidade do México, Tel-Aviv, Berlim, Cingapura e Nairóbi são cidades tão diferentes entre si que há poucas chances de que o cotidiano de seus moradores se pareça. No entanto, as mulheres dessas megalópoles têm um ponto em comum: um grande número delas são vítimas de assédio nas ruas.

O site americano Medium pediu a dez mulheres de oito países diferentes que fizessem durante uma semana um diário detalhado sobre as atenções não desejadas sofridas por elas.

Um dos elementos notórios descobertos nessa experiência é que o sorriso faz parte das grandes preocupações dos homens de hoje. “Me dá um sorriso?” ou “Ei, esqueceu como se sorri?” fazem parte das interjeições mais comuns. As dez testemunhas também contam que costumam ser abordadas com comentários sobre seus atributos físicos, entre os quais as pernas são recorrentes.

Na chegada e na saída do trabalho

Os depoimentos recebidos revelam que os homens ousam assediar bem mais as mulheres quando elas estão sozinhas (72% dos casos) do que quando estão acompanhadas. Já o fato de o assediador estar sozinho ou junto com outros homens não faz diferença: tanto em um caso como no outro, ele assobia ou chama, indiferentemente.

Além disso, o Medium concluiu, segundo os dez relatos, que as mulheres são abordadas na maioria das vezes enquanto estão se deslocando.

Contudo, as abordagens não acontecem somente na rua ou a partir de um carro, mas sobretudo quando existe proximidade física.

“O homem logo atrás de mim arrotou, soltando na minha direção um forte cheiro de vodca. Os pelos de minha nuca se arrepiaram”, conta, por exemplo, uma moradora de Ulan Bator, capital da Mongólia.

Segundo o Medium, a Cidade do México se revelou a pior cidade em matéria de assédio de rua, com 29 assobios ou cantadas em uma semana para a depoente mexicana, seguida por São Francisco (17) e Nairóbi (16). As habitantes de Tel-Aviv e de Los Angeles só foram abordadas duas vezes em sete dias.

Além disso, uma distinção particular é feita à Itália por sua fidelidade aos clichês que lhe são atribuídos. A correspondente desse país para o Medium conta, por exemplo, como o garçom de um café do aeroporto de Catânia, na Sicília, a abordou depois de servir seu pedido.

“Você é uma estrela americana?” E continuou, diante do olhar cético de sua interlocutora: “Ok, talvez não. Eu só queria dizer que poderíamos apagar as luzes, agora que você e seus olhos entraram aqui.”

Uma técnica diabolicamente eficaz ou um horripilante clichê?

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