Debatedores pedem maior representação da sociedade nos meios de comunicação

14 de novembro, 2014

(Câmara dos Deputados, 14/11/2014) Autoridades e cidadãos pediram mais representação e participação da sociedade nos meios de comunicação pública. “É preciso que a sociedade enxergue nos veículos de comunicação pública não o governo, mas ela mesma, com todas as suas contradições”, afirmou o secretário do Audiovisual do Ministério da Cultura, Mario Borgneth. Ele defendeu um modelo multidirecional de comunicação nos meios públicos, ou seja, com mais canais de participação da sociedade e com a utilização das novas tecnologias para essa colaboração do público.

O assunto foi discutido nesta sexta-feira no Fórum de Comunicação Pública. O evento é organizado pela Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão em parceria com a Secretaria de Comunicação da Câmara.

Segundo Borgneth, a inovação deve estar presente nos veículos de comunicação pública, ainda mais do que nos veículos privados. Borgneth também pediu prioridade para a programação voltada para as crianças e a juventude nos veículos públicos, o que, segundo ele, não vem ocorrendo hoje. Além disso, defendeu o fortalecimento dos meios estatais de comunicação, para que os governos não façam uso dos veículos públicos, pertencentes à sociedade, para se comunicar.

Críticas dos cidadãos
Vários cidadãos se manifestaram, durante os debates, criticando a programação da Rede TV Cultura, a falta de representação da sociedade no veículo e a interferência no governo do estado de São Paulo no canal público.

A diretora do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, Renata Mielli, disse que a programação dos meios públicos deve promover a diversidade e a defesa dos direitos humanos, fazendo o contraponto da programação dos meios privados – o que nem sempre acontece atualmente, segundo ela. Mielli criticou, por exemplo, o fato de a TV Cultura transmitir o programa de jornalismo TV Folha, mantido por um grupo privado de mídia.

“A sociedade precisa se refletida na comunicação pública”, defendeu também a coordenadora-geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Rosane Bertotti. Ela pediu mais mecanismos de participação da sociedade nos veículos de comunicação pública, por meio de conselhos e promoção de mais debates, por exemplo.

Convergência de mídias
O diretor de Mídias Integradas da Secretaria de Comunicação da Câmara, Frederico Schmidt, destacou a inovação advinda do processo de convergência e integração dos veículos de comunicação da Casa. “O mais importante não é a mídia, mas o que eu tenho para dizer e como vou dizer para os telespectadores e ouvintes”, disse. Os veículos de comunicação da Câmara surgiram a partir de 1998, e funcionavam com linhas editoriais e equipes separadas, até o processo de integração, que começou em 2012.

O coordenador nacional da Rede TV Cultura, Fábio Borba, afirmou que a rede também tem implementado a convergência de linguagem, mídias e conteúdos. “A Cultura também experimenta a multiprogramação desde 2009”, afirmou. Segundo o diretor técnico da TV Cultura, Gilvani Moletta, cerca de 45% dos investimentos total da emissora hoje é direcionado para as experiências de convergência.

Reportagem – Lara Haje
Edição – Natalia Doederlein

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