Pela retomada à equidade de gênero no mercado brasileiro, por Ieda Novais

06 de janeiro, 2015

(Brasil Econômico, 06/01/2015) A maioria da população brasileira é composta por mulheres e a sua participação é cada vez mais crescente no ambiente corporativo. Por outro lado, continuamos a ver as estatísticas apontarem níveis altos de desigualdade entre os gêneros. As corporações têm desempenhado um papel crucial no assunto. São elas as responsáveis por minimizar as barreiras e por incentivar o sucesso profissional das mulheres. Desse modo, o nivelamento dos gêneros caminha para uma igualdade maior e favorece a sociedade como um todo.

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Líderes de expressivas empresas do mercado, sempre que possível, retomam a pauta sobre os diversos fatores que continuam a retardar o êxito das mulheres no mercado de trabalho, além das possíveis soluções.

Recente levantamento feito pelo Fórum Econômico Mundial revelou que o Brasil caiu, em 2014, em nove posições no ranking de equidade de gênero, quando em 2013 ocupava a 62- posição e atualmente encontra-se no 71° lugar. Aqueda refere-se, principalmente, a cargos no setor econômico e político, resultando também na depreciação dos salários e na presença feminina em funções de chefia.

De acordo com dirigentes das grandes organizações, captar e desenvolver o potencial de liderança feminina ainda é uma preocupação. Contudo, a principal barreira à ascensão profissional é primeiramente inconsciente.

Existe ainda herança que inibe e afasta mulheres de cargos de confiança, mesmo quando elas são capacitadas para ocupar tal espaço. A exemplo, uma experiência americana proporcionou a participação do dobro de mulheres em uma orquestra sinfônica depois que os jurados fizeram a avaliação ouvindo os candidatos tocarem às escuras. Sem saber se o artista era homem ou mulheres, a escolha por mulheres foi maior do que de costume.

Dados apontam que, no mercado brasileiro, entre as cem maiores empresas, apenas cinco têm mulheres ocupando a presidência. Nas de médio porte, a presença fica em 3%. E poucas oferecem opção de jornada flexível para conciliar a vida pessoal. Essa dificuldade em organizar as duas rotinas – pessoal e profissional – é, certamente, a segunda grande barreira enfrentada pela maioria das mulheres.

Segundo um levantamento feito pela consultoria de RH Robert Half entre mulheres de 14 países, as profissionais brasileiras são as que menos retornam da licença-maternidade. No total, 85% das empresas responderam que menos da metade de suas funcionárias retornou à vida corporativa após o nascimento de seus filhos. A taxa é bem mais alta que a média global, em que 52% das companhias ouvidas em todo o mundo relataram o mesmo problema.

Por outro lado, também temos as mães que querem trabalhar e não podem, já que não existem ferramentas e métodos garantidos para que suas crianças sejam adequadamente cuidadas. Cerca de 40% dos lares brasileiros são chefiados por mulheres, mas só na cidade de São Paulo faltam mais de 170 mil vagas em creches.

Hoje, sabe-se muito bem que competência não tem relação com as questões de gênero. Basta agora encontrar meios para contornar os antigos problemas que ainda atrapalham nosso sucesso profissional. É sabido também que, apesar de toda a dificuldade, há a vontade de superação e é isso que toda mulher deve considerar na hora de disputar o seu espaço na sociedade, principalmente dentro de uma empresa.

Dados apontam que, no Brasil, entre as cem maiores empresas, apenas cinco têm mulheres na presidência. Nas de médio porte, a presença fica em 3%.

Ieda Novais Diretora da KPMG no Brasil

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