Um olhar sobre a saúde da mulher, por Maria Angélica Bernardes Moura

07 de março, 2015

(Folha Web, 07/03/2015) Prevenção é a palavra de ordem quando se fala em mais saúde para a população feminina

As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) respondem por mais de 70% das causas de morte no País. Doenças cardiovasculares, câncer, diabetes, enfermidades respiratórias crônicas e doenças neuropsiquiátricas, principais DCNT, têm respondido por um número elevado de mortes antes dos 70 anos de idade e perda de qualidade de vida, gerando incapacidades e alto grau de limitação das pessoas doentes, no trabalho ou no lazer.

Algumas delas são mais frequentes entre as mulheres. A Pesquisa Nacional em Saúde, realizada por Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada pelo Ministério da Saúde no ano passado, revelou que, em 2013, 31,3 milhões de pessoas (21,4%) com 18 anos ou mais de idade relataram o diagnóstico médico de hipertensão arterial, com maior proporção entre as mulheres (24,2%) do que entre os homens (18,3%). No mesmo período, 9,1 milhões de pessoas com 18 anos ou mais (ou 6,2% dos adultos) receberam diagnóstico de diabetes e, mais uma vez, a maior incidência era entre a população feminina (7%).

Já o colesterol alto foi diagnosticado em 12,5% dos adultos (18,4 milhões). A proporção foi maior entre as mulheres (15,1%) do que entre os homens (9,7%). Foi estimado ainda que 1,8% das pessoas de 18 anos ou mais de idade (2,7 milhões de adultos) relataram diagnóstico médico de câncer no Brasil.

As maiores estimativas foram na Região Sul (3,2%) e nos grupos de idade mais altos: 3,7% das pessoas de 60 a 64 anos e de 7,7% das pessoas com 75 anos ou mais de idade. Considerando-se os casos de primeiro diagnóstico na população com 18 anos ou mais, os quatro tipos mais frequentes de câncer encontrados pela PNS foram o câncer de mama (relatado por 39,1% das mulheres), o câncer de pele (que incidia em 16,2% dos adultos), o câncer de próstata (36,9% dos homens) e o de colo de útero (11,8% das mulheres).

Quando diagnosticadas precocemente e tratadas de maneira adequada, muitas dessas doenças podem ser curadas ou administradas para que se tenha qualidade de vida. Manter os exames preventivos em dia é o primeiro passo para detectar precocemente as doenças. Papanicolau, mamografia, rastreamento de tireoide, glicemia, colesterol, raio-X de tórax, ultrassonografia e densitometria óssea são exames que devem fazer parte da rotina das mulheres, de acordo com a idade e características pessoais de cada uma.

No caso do câncer de mama, que mais acomete mulheres em todo o mundo, se diagnosticado e tratado oportunamente, o prognóstico é bom. Relativamente raro antes dos 35 anos, acima desta faixa etária sua incidência cresce rápida e progressivamente. Por isso, a mamografia deve ser feita por todas as mulheres, independentemente de sintomas mamários, a partir dos 40 anos e de forma anual. O exame permite a detecção precoce do câncer, ao mostrar lesões em fase inicial e muito pequenas. Ultrassom de mamas e a ressonância magnética são outros exames que podem melhorar a qualidade do diagnóstico da doença.

Neste mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, prevenção é a palavra de ordem quando se fala em mais saúde para a população feminina. Graças ao maior acesso à assistência médica, às tecnologias que ajudam a detectar precocemente doenças como o câncer de mama e a maior disseminação de informações sobre qualidade de vida, os índices de mortalidade feminina no Brasil reduzem gradativamente.

Maria Angélica Bernandes Moura é radiologista em Londrina

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