Estupros e escravidão sexual são “táticas de terror” no Oriente Médio

07 de maio, 2015

(Rádio ONU, 07/05/2015) Avaliação é da representante especial das Nações Unidas, após visitar Síria, Iraque, Turquia, Líbano e Jordânia; Zainab Bangura conversou com sobreviventes, que afirmaram que a violência sexual é cometida de forma “estratégica”.

A representante especial do secretário-geral da ONU sobre violência sexual em conflito afirmou que “estupros e escravidão sexual estão sendo usados como táticas de terror no Oriente Médio”.

Leia mais: Representante da ONU alerta sobre violência sexual sistemática e generalizada na Síria e no Iraque (ONU Brasil, 07/05/2015)

Zainab Bangura fez a declaração depois de uma visita a cinco países da região. Ela esteve na Síria, no Iraque, na Turquia, no Líbano e na Jordânia.

Ataques

Bangura conversou com sobreviventes e testemunhas, que afirmaram que a violência sexual está sendo cometida de “forma estratégica e sistemática”. Bangura destaca ainda o “alto nível de sofisticação utilizado pelas partes em conflito”.

Mulheres e meninas sofrem risco de serem atacadas em qualquer altura da vida e em qualquer lugar – em zonas em conflito, em áreas sob controle de forças armadas, em pontos de checagem e nas fronteiras.

Segundo Zainab Bangura, casamentos forçados ou precoces com combatentes são táticas utilizadas pela Jihad ou apoiadas como forma de “proteção”, quando as famílias não têm como garantir a segurança de suas filhas.

A venda ou transferência de meninas e de mulheres entre combatentes e grupos armados no Oriente Médio é “parte da economia do conflito”. A representante da ONU afirma também que em países com grande número de refugiados, o risco de violência sexual e de prostituição feminina é maior.

Ideologia

Zainab Bangura visitou os cinco países entre os dias 16 e 29 de abril e fez um balanço da viagem nesta quinta-feira. Segundo ela, o Estado Islâmico do Iraque e do Levante, Isil, “institucionalizou a violência sexual e a brutalidade contra mulheres como aspectos centrais de suas ideologias e operações”.

Bangura diz se tratar de uma uma estratégia do Isil para avançar com seus objetivos. Para recrutar mais combatentes, é oferecido aos homens acesso fácil a mulheres e meninas, que são vendidas como escravas sexuais.

A violência sexual é cometida também contra populações de deslocadas internas e utilizada como ameaça para obter informações, para controlar as capacidades reprodutivas da mulher, para destruir famílias e construir um “califado” e para punir, humilhar e forçar pessoas às “ideologias radicais” do Isil.

Punição

No Iraque, por exemplo, Zainab Bangura encontrou-se com mulheres e meninas de Erbil, Dohuk e Lalish, províncias que estão a 60 km de Mosul, que é controlada pelo Isil.

A representante da ONU declarou que atos de violência sexual e de tortura cometidos pelo grupo “são crimes contra a humanidade e uma afronta ao Islã”. Por isso, Bangura pede à comunidade internacional para garantir proteção aos civis em medidas de resposta ao terrorismo.

Durante a visita ao Oriente Médio, ficou claro para Zainab Bangura que a crise síria precisa de uma resposta regional, incluindo apoio aos países que estão recebendo sírios e sofrem enorme pressão financeira para garantir serviços aos refugiados.

A representante explicou que a violência sexual ligada ao conflito na região requer uma “resposta política e de seguraça, combinada com serviços de justiça”. Para Zainab Bangura, não pode haver segurança no Oriente Médio sem que todas as mulheres estejam seguras.

Ela pede a todos os lados em conflito na Síria e no Iraque para respeitarem a Lei Humanitária Internacional e assim, prevenir e punir tais crimes.

Leda Letra

Acesse no site de origem: Estupros e escravidão sexual são “táticas de terror” no Oriente Médio (Rádio ONU, 07/05/2015)

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