‘Lamentável’, diz ministra de Políticas para Mulheres sobre estupro de aluna

20 de maio, 2015

(G1, 20/05/2015) Família denunciou estupro de garota de 12 anos em escola. Eleonora Menicucci participa de seminário sobre violência contra a mulher.

A ministra de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, afirmou nesta quarta-feira (20) considerar “lamentável” o estupro de uma menina de 12 anos denunciado pela família dela e que teria sido cometido por outros três menores de idade dentro de uma escola da Zona Sul de São Paulo.

“É lamentável. [Vejo] com muita tristeza, muita indignação. Isso não pode acontecer”, disse após a abertura do Seminário Internacional Cultura da Violência contra as Mulheres, que acontece no Sesc Pinheiros, em São Paulo.

Segundo a ministra, a violência de gênero e contra as mulheres passará a fazer parte do currículo do ensino médio e fundamental no Brasil.

“Nós temos um pacto com o Conselho Federal de Educação, a Maria da Penha, eu, e com o ministro [da Educação, Renato] Janine de introduzir nos currículos de ensino médio e fundamental a temática não só de gênero, mas a temática de violência contra as mulheres. Isso já está aceito e eu tenho esperança que em 2016 isso esteja efetivamente implementado”, afirmou.

Clique na imagem e assista o vídeo da matéria:

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A polícia e a Secretaria Estadual da Educação estão acompanhando o caso de estupro contra a menina de 12 anos que, segundo a denúncia da família, ocorreu na Escola Estadual Leonor Quadros.

A mãe da menina contou que, no último dia 12, a filha foi levada pelo Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) da escola para o pronto-socorro. No hospital, ela falou sobre o que tinha acontecido (veja vídeo acima).

“Ela sofreu, sofreu durante 50 minutos”, disse a mãe. “Ela foi arrastada até o banheiro masculino por um deles, e os outros dois já estavam dentro do banheiro esperando ela. E ela foi ali, né, cruelmente agredida. Ela não os conhecia, ela não tinha amizade com eles.”

Seminário
O primeiro Seminário Internacional Cultura da Violência contra as Mulheres começou nesta quarta com o objetivo de discutir processos sociais e de formação dos indivíduos que fazem com que atos violentos de gênero ainda sejam uma realidade no mundo. O evento ocorre até esta quinta-feira (21) com a realização de palestras e participação de 20 especialistas do Brasil, Estados Unidos, Argentina, Inglaterra, Costa Rica e México.

A abertura contou com a presença de várias personalidades da luta pelos direitos das mulheres, entre elas a diretora do Instituto Patrícia Galvão, Jacira Melo; a representante da Fundação Ford no Brasil, Nilcéa Freire; e a representante da ONU Mulheres no Brasil, Nadine Gasman.

Esta última trouxe números sobre a violência contra as mulheres no mundo, entre eles o de que uma em cada três mulheres já sofreu violência física ou sexual.

A ministra Eleonora Menicucci participou da abertura do evento e leu carta da presidente Dilma Rousseff (PT). Eleonora afirmou que “a sociedade como um todo aceita, aceitou, e esperamos que não aceite mais essa barbaridade da violência contra as mulheres simplesmente pelo fato de sermos mulheres. É essa banalização da violência que nós temos que enfrentar”, disse.

Ela pediu uma salva de palmas para Maria da Penha, nome da mulher e da lei que cria penas duras para homens que praticam violência contra mulheres.

Palestras
A primeira palestra do seminário seria da ministra Cármem Lúcia, vice-presidente do Supremo Tribunal Federal, que, no entanto, não compareceu ao evento. Outro que havia confirmado presença e não esteve no evento foi o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), que enviou representantes.

Após a abertura, a programação seguiu com uma palestra de Lori Heisi, professora da London School of Hygiene & Tropical Medicine.

O seminário é organizado pelo Instituto Vladimir Herzog e o Instituto Patrícia Galvão, em parceria com a Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, a ONU Mulheres e a Fundação Ford. Toda a programação é transmitida em tempo real via Google Hangout, com tradução simultânea em inglês e espanhol, pelo site do evento.

Márcio Pinho

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