Salário dos negros é 26% mais baixo do que o dos brancos no DF

26 de outubro, 2015

(Correio Braziliense, 26/10/2015) Números são de uma pesquisa realizada pelo Ministério do Trabalho 

A diferença de salário entre trabalhadores brancos e negros no Distrito Federal é de R$ 821,56, valor 34% maior do que a média nacional. No país, essa diferença é de R$ 611,35. Enquanto os brancos no DF recebem, em média, R$ 3.137,35, os negros ganham 26% a menos, ou seja, R$ 2.315,79. As informações são de uma pesquisa do Ministério do Trabalho, realizada em dezembro de 2014, a mais recente sobre o tema.

Para funcionários indígenas do DF, a discrepância é ainda maior em relação à média nacional: 140%. No planalto central, a desigualdade de salário entre brancos e indígenas é de R$ 1.294, enquanto no território nacional, é de R$ 515,72.

O professor Nelson Fernando Inocêncio, da Universidade de Brasília (UnB), explica que a diferença é histórica e parte da cultura vigente na sociedade do Brasil de inferiorização do outro. “O imaginário da cultura do país ainda está contaminado pela ideia de que o homem branco e hétero é o mais capacitado, pronto para liderar e ser responsável por gestão”, diz.

Para o acadêmico, a melhoria nas relações de trabalho precisa do estabelecimento de políticas públicas. “O papel do Estado é criar mecanismos para garantir que isso não aconteça mais”, ressalta Inocêncio. Como exemplo, o professor citou campanhas educativas que valorizem a igualdade e inviabilizem o descompasso.

“A cultura não muda do dia pra noite. Só agora começamos a ter algum tipo atenção para o respeito à diversidade”, explica. O professor acredita que, para melhorar, é necessário que haja debate sobre a discriminação – não só racial, mas também de gênero – no mercado de trabalho.

A Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do MTE colheu dados de dezembro de 2013 e 2014. Segundo o relatório, a pesquisa abrange 97% do mercado formal do país.

Acesse no site de origem: Salário dos negros é 26% mais baixo do que o dos brancos no DF (Correio Braziliense, 26/10/2015)

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