05/12/2010 – População rejeita mudanças na lei sobre aborto e direitos dos homossexuais

05 de dezembro, 2010

(Último Segundo) Eleita presidenta com 55 milhões de votos, a Dilma Rousseff pode ter dificuldade em conseguir apoio popular se quiser fazer mudanças nas leis que tratam de temas polêmicos, como aborto, direitos dos homossexuais e consumo de drogas. Pesquisa Vox Populi encomendada pelo iG para mapear as expectativas dos brasileiros em relação ao futuro governo mostra que a maioria da população não aceitaria mudanças nas regras que regem atualmente essas áreas.

Para 82% dos entrevistados pelo Vox Populi, o aborto não deveria deixar de ser crime no país. Entre os habitantes das regiões Norte e Centro-Oeste, 89% defendem a punição de quem pratica o ato, contra 77% no Sudeste, o menor índice. De acordo com o instituto, é mais fácil encontrar quem defenda mudanças na lei do aborto em grandes cidades (19%) do que em municípios menores (9%).

O índice de rejeição à prática do aborto não varia significativamente entre gênero, idade e renda  –  é maior apenas entre eleitores com nível superior: 19%, contra 10% de quem estudou até a quarta série, por exemplo. Os índices de rejeição também são os mesmos entre eleitores de Dilma Rousseff e José Serra (82%) e atingem altos patamares tanto entre eleitores religiosos (86% dos evangélicos rechaçam a ideia) como entre os que dizem não ter religião (78%).

Para 72% das pessoas, o governo Dilma não deveria sequer propor uma lei que discriminalize o aborto – ideia compartilhada tanto por católicos (73%) como por evangélicos (75%) e membros de outras religiões (69%).

O aborto deve deixar de ser crime no Brasil?
Não: 82%
Sim: 14%
Não sabe/não respondeu: 4%

União civil entre homossexuais

O Vox Populi mostra que, para 60% da população, a união civil entre homossexuais não deveria ser permitida no País – como prevê a lei atual – contra 35% que defendem o direito. A maior resistência é observada nas regiões Centro Oeste e Norte (69%) e em municípios pequenos (66%); a menor resistência é observada no Sudeste – onde 39% defendem os direitos.

A pesquisa mostra que quanto mais velha é a população, menor a aceitação sobre o assunto (69% dos que tem 50 anos ou mais não aceitam a mudança). Quanto maior a escolaridade, maior também a aceitação: 44% dos quem têm ensino superior apoiam a mudança na lei – e 63% dos que estudaram até a quarta série dizem que homossexuais não podem se unir legalmente.

O menor índice de aceitação à união entre gays é identificado entre evangélicos: 19% (contra 37% dos católicos praticantes e 41% dos católicos não praticantes). Com pessoas de outras religiões, a aceitação chega a 59%.

A pesquisa aponta também que os brasileiros rejutam qualquer proposta de lei para ampliar o direito civil entre homossexuais e igualar a união ao casamento: 63% dos entrevistados se dizem contrários à ideia – entre os evangélicos, o índice chega a 79%.

A união civil entre homossexuais deveria ser permitida no Brasil?
Não: 60%
Sim: 35%
Não sabe/não respondeu: 5%

Ainda segundo o Vox Populi, a adoção de crianças por casais homossexuais não deve ser permitida no País para a maioria dos entrevistados: 61%. A maior rejeição é identificada no Nordeste (70%). A ideia enfrenta maior resistência também em cidades menores e entre eleitores mais velhos.

Quando a pergunta é se o governo deveria propor uma lei que facilite a adoção de crianças por casais gays, a maioria dos entrevistados (64%) diz ser contra. No Nordeste, o índice é de 71% e entre evangélicos, de 77%.

A adoção deveria ser permitida para casais homossexuais?
Não: 61%
Sim: 34%
Não sabe/não respondeu: 5%

Veja na íntegra: População rejeita mudanças na lei sobre aborto, gays e drogas (Último Segundo – 05/12/2010)
Para acessar o site e ver os gráficos, clique aqui.

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