Protocolo feito em PE irá padronizar estudo do zika na América Latina

17 de março, 2016

(G1/PE, 17/03/2016) Cientistas do continente passarão a utilizar mesmas linhas de investigação. Exemplos do Brasil deverão servir para países vizinhos como a Colômbia.

Até o fim desta semana, será produzido em Pernambuco um protocolo de padronização dos critérios de investigação para os casos de vírus da zika em toda a América Latina. Com o documento, estudiosos do continente passarão a utilizar as mesmas linhas de investigação de como a doença se manifesta — e das implicações que ela pode causar no cérebro — nos mais diferentes lugares.

Desde terça-feira (15), cientistas do Brasil e do mundo estão reunidos na Fundação Oswaldo Cruz em Pernambuco (Fiocruz-PE), na Cidade Universitária, Zona Oeste do Recife, para alinhar as orientações. Trata-se de uma série de encontros que estão sendo realizados até sexta-feira (18). Das discussões, participam pesquisadores de Pernambuco, São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro e Distrito Federal, além de países como Colômbia, El Salvador e México.

“Os primeiros protocolos sobre a zika foram produzidos aqui no Brasil, o primeiro país atingido, mas a doença tem atingido outros países. Então, surgiu a necessidade de que os critérios para investigar a doença fossem os mais homogêneos possível”, disse o coordenador de Unidade Técnica de Doenças Transmissíveis e Análises de Situação de Risco da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Enrique Vasquez.

O pesquisador da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e da Universidade de Pernambuco (UPE), Rafael Ximenez, participa dos estudos que acompanham as gestantes do estado. Segundo ele, os filhos das mulheres infectadas pelo vírus durante a gravidez vão ser analisados durante os dois primeiros anos de vida.

“São dois objetivos principais. O primeiro é verificar a relação da zika com a microcefalia. Se o vírus causa a malformação, com que frequência isso acontece? O outro é descobrir o que recém-nascido pode vir a ter. É possível que o vírus cause danos neurológicos, além da microcefalia, que precisam ser esclarecidos”, explicou.

A representante do Ministério da Saúde e Proteção Social da Colômbia, Claudia Milena Cuellar, disse que a experiência brasileira vai servir de referência para a ciência do país vizinho. Na Colômbia, a epidemia do vírus da zika começou em outubro do ano passado. Cerca de 9.000 gestantes estão sob suspeita de ter a doença. Em nenhuma delas, foram constatados, até agora, casos de microcefalia.

“Para a Colômbia, é importante ver a situação do Brasil, que foi o país que iniciou essas pesquisas. A propagação na América Latina e no Caribe tornou importante a cooperação internacional, a troca de experiências”, afirmou.

Artur Ferraz

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