Mulheres dizem “não ao golpe” e “sim à democracia”, por Eleonora Menicucci

09 de abril, 2016

(Brasil 247, 09/04/2016) “Mexeu com a Dilma  mexeu com todas nós mulheres brasileiras que lutamos pela democracia e pela tolerância zero com a violência de gênero”, diz a secretária de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, em artigo para o 247; “Temos marcos legais altamente elogiados pelo mundo todo como a Lei Maria da Penha, a Lei do Feminícidio e a PEC das Trabalhadoras Domésticas. Não permitiremos que o sonho de uma geração da qual a Presidenta Dilma e eu e tantos outros, mulheres e homens, fazemos parte seja jogado no lixo. Conquistamos direitos até então nunca pensados”; leia a íntegra

O evento no Planalto no último dia 7 de abril mostrou por meio das 1600 mulheres de todas as tribos, caras, cores, raças, orientações sexuais, que lotaram dois auditórios, disseram não ao golpe e contra o seu  caráter machista e sexista.

Leia mais: Mulheres vão às ruas denunciar o machismo da política brasileira (A Crítica, 09/04/2016)

A Presidenta Dilma Rousseff desde o primeiro dia de seu segundo mandato tem sido alvo constante de agressões e violências sexuais de  todas as maneiras.

Querem manchar sua história, sua trajetória retirando-a com um golpe fascista da Presidência da República, que conquistou pelo voto um dos mais consagrados direitos que a população tem exercido.

O processo que ora tramita na comissão especial da Câmara para retirar o mandato da Presidenta não tem juridicamente  sustentação legal. É nulo. Não há nenhum indícios de que a Presidenta cometeu algum crime de responsabilidade, portanto, ele é nulo, porque é político, eivado de vingança tanto por aqueles que perderam a eleição como pelo Presidente da Câmara.

Vamos disputar a cadeira de Presidente em 2018. A política é a arte do diálogo, da tolerância , da convivência  com as diferenças e não a disseminação do ódio , da intolerância que leva a violência como temos visto na sociedade  brasileira.

Mexeu com a Dilma  mexeu com todas nós mulheres brasileiras que lutamos pela democracia e pela tolerância zero com a violência de gênero.

Como titular há 5 anos da pasta que coordena no governo federal as políticas para as mulheres digo que nunca se avançou tanto como nos governos Lula e Dilma.

Desafios? Existem só quando existem ações implantadas que nos permite avaliar o que temos a  avançar.

Temos marcos legais altamente elogiados pelo mundo todo como a Lei Maria da Penha, a Lei do Feminicidio e a PEC das Trabalhadoras Domésticas.

Não permitiremos que o sonho de uma geração da qual a Presidenta Dilma e eu e tantos outros, mulheres e homens, fazemos parte  seja jogado no lixo. Conquistamos direitos até então nunca pensados.

Para finalizar , digo com toda minha força: conheço a mulher Dilma Rousseff desde Belo Horizonte, da nossa adolescência e escolha pela  entrada na  clandestinidade com o foco na luta contra a ditadura civil militar que durou 21 anos em nosso país. Estivemos presas juntas, na  mesma cela do Presídio Tiradentes na Torre das Donzelas e sofremos juntas as dores da tortura nossa e das outras companheiras.

Aprendemos ali o significado da palavra amor e solidariedade. Por isto o ato do dia 7 foi um ato político de amor e solidariedade.

Quem não se dobrou na tortura e não aceitou fazer o papel  de”  dedo duro como nós” não se quebrará e nem tampouco renunciará ao mandato que o povo lhe outorgou.

Termino com a frase que a Presidenta disse no ato de minha posse como Ministra Chefa da Secretaria de Políticas para as Mulheres no dia 9 de fevereiro de 2011” escolhi a Eleonora pelo conjunto de sua obra, pois é na cadeia sob diferentes pressões que conhecemos o  caráter das pessoas” e é pelo conjunto da obra de vida da Dilma Rousseff que grito em alto e bom som : e´digna ,honesta , justa e ama nosso pais e a justiça social“

Não terá golpe e sim mais direitos para todas as pessoas desprovidas de direitos; mulheres, população negra, população  LGBTI, indígenas, pobres, idosa, com deficiência e de matrizes religiosas: não a qualquer forma de preconceito.

Acesse no site de origem: Mulheres dizem “não ao golpe” e “sim à democracia”, por Eleonora Menicucci (Brasil 247, 10/04/2016)

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