O protagonismo político das mulheres na Universidade Federal do Tocantins em 2016

02 de maio, 2016

(UFT, 02/05/2016) Para estimular o protagonismo feminino, em 18 de abril foi publicada a Lei 13.272/2016, que institui o ano de 2016 como o Ano do Empoderamento da Mulher na Política e no Esporte. Sancionada pela presidente Dilma Rousseff, a Lei é originária de projeto (PLS 515/2015) dos senadores Fátima Bezerra (PT-RN), Romário (PSB-RJ) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).

Em âmbito nacional, a participação das mulheres na política ainda é bastante reduzida. As mulheres representam 52% dos eleitores brasileiros, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No entanto, na Câmara dos Deputados a representação feminina é de apenas 9%, a mesma proporção no Senado. No Tocantins, apesar de as mulheres representarem 49,79% do eleitorado segundo dados de 2014 do TSE, são três deputadas federais entre os oito tocantinenses eleitos, e no Senado não há nenhuma representante tocantinense atualmente porque, apesar de ter sido a única mulher eleita, a ministra Kátia Abreu está licenciada comandar o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. E na Assembleia Legislativa, somente três dos 25 deputados estaduais são mulheres, o que corresponde a 12% do total.

Representação da mulher na política brasileira e tocantinense

Com quase 13 anos de implantação, atualmente a Universidade Federal do Tocantins (UFT) tem 8910 estudantes mulheres nos cursos de graduação presenciais. Isso representa 56% do total de 15816 estudantes, segundo dados da Pró-Reitoria de Graduação (Prograd). Em março deste ano, a comunidade acadêmica elegeu sua primeira reitora, Isabel Auler, com previsão de início de mandato a partir de junho. “Como reitora eleita, sinto-me orgulhosa de poder representar a mulher no espaço universitário, no cenário educacional, assim como outras tantas mulheres na educação brasileira”, afirmou professora Isabel.

Além disso, três dos sete câmpus são dirigidos por mulheres: Vânia Passos, em Miracema; Ana Lúcia de Medeiros, em Palmas; e Francisca Lopes, em Tocantinópolis. E também foi através do voto que 40% das coordenações dos cursos de graduação presenciais foram ocupadas por professoras. Por indicação direta da reitoria, atualmente três das sete pró-reitorias são geridas por mulheres: Berenice Aires, na Pró-Reitoria de Graduação (Prograd); Erica Bertolossi, na Pró-Reitoria de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas (Progedep); e Juscéia Garbelini, na Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e Comunitários (Proest).

Representação das mulheres na UFT

A pesquisadora de políticas públicas de igualdade, Cynthia Mara Miranda, destacou o protagonismo das mulheres no ingresso às universidades e defendeu que não se sustenta uma proposta que não seja da paridade de gêneros em cargos de decisão em uma população brasileira com 51% de mulheres. “As universidades reproduzem o que a gente observa na sociedade em geral, que é a desigualdade das mulheres nos espaços de poder, como na Câmara de Vereadores de Palmas, em que nenhuma mulher foi eleita. Apesar de ter elegido uma mulher como reitora, a UFT ainda precisa de políticas públicas voltadas para essas pautas”.  Cynthia complementou que, embora há de se comemorar que as mulheres sejam maioria na graduação, ainda é necessário estimular a participação delas em todos os cursos.

Para a integrante do Coletivo de Mulheres da UFT, Juliana Saraiva, estudante de Jornalismo, a participação de mulheres em todas as esferas de poder é crucial pela manutenção de políticas públicas e ao incentivo para que mais mulheres se interessem por espaços comumente ocupados só por homens. Ela acredita que com uma reitora mulher, os laços entre as alunas da UFT e as administrações dos câmpus possam ser estreitados. “Precisamos de políticas que protejam as mulheres e dentro da universidade encontramos muitas que precisam de uma atenção especial das autoridades. Então, com mais mulheres na política ocupando espaços de poder essa aproximação será mais possível e acarretará mudanças na vida de todas as universitárias”, pontuou Juliana.

Esportes

Na área esportiva, a UFT está com a política de esportes em construção para todos os câmpus através da Direção de Esportes, que tem a frente a profissional de educação física, Michele Lobo. “Nosso objetivo tem sido estimular o envolvimento da comunidade acadêmica com esporte e pensar a área como atividade física, esportes de rendimento e ferramenta educacional. Estamos desenvolvendo projetos tanto sociais quanto em nível de competição”. Um grande avanço para o esporte na UFT é a pista de atletismo que será inaugurada no dia 4 de maio como a primeira com padrão internacional no Tocantins. “A pista é um marco em âmbito estadual para o atletismo, apta a receber competições internacionais”, acrescentou.

Daniel dos Santos 

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