Epidemia de zika foi alimentada por ‘falha em controle de mosquito’, diz OMS

23 de maio, 2016

(BBC Brasil, 23/05/2016) A epidemia do vírus da zika é o preço pago por uma enorme falha das políticas de controle do mosquito Aedes aegypti, afirmou a diretora da OMS (Organização Mundial de Saúde), Margaret Chan.

Falando na Assembleia Anual da Saúde Mundial, realizada pela agência, Chan afirma que especialistas “deixaram a peteca cair” nos anos 1970 no controle do inseto que carrega os vírus da dengue, da chikungunya e da zika.

Leia mais: Zika prova que doenças podem ressurgir e causar emergências, diz OMS  (Rádio ONU, 23/05/2016)

Mais de 60 países e territórios já registram no momento transmissão contínua do vírus.

Mais recentemente, o vírus da zika asiático, responsável pela epidemia no Brasil e pelos casos de microcefalia em bebês, foi detectado pela primeira vez no continente africano.

Especialistas preveem que o mesmo tipo de vírus pode chegar até a Europa neste verão no hemisfério Norte.

O vírus foi relacionado a sérias má-formações em bebês durante a gravidez e foi declarado emergência de saúde pública global.

De acordo com Chan, epidemias que se convertem em emergências sempre revelam fraquezas específicas nos países afetados e evidenciam os limites da nossa preparação coletiva.

“O (vírus da) zika revela uma consequência extrema do fracasso em dar acesso universal a serviços de planejamento familiar e sexual”, afirmou Chan.

Gestações indesejadas
A diretora afirmou ainda que América Latina e Caribe, regiões atingidas de maneira mais grave pela zika, têm a maior proporção de gestações indesejadas no mundo.

Além disso, ela diz que o avanço do vírus é “o preço pago pelas enormes falhas de políticas que deixaram a peteca cair no controle do mosquito nos anos 1970”.

Campanhas de erradicação na primeira metade do século 20 chegaram a ter sucesso nas Américas. Até 1962, 18 países da região haviam se livrado do inseto.
Mas a resistência a inseticidas combinada a uma falta de vontade política resultaram no regresso do Aedes aegypti, segundo Chan.

“Sem vacinas e sem testes diagnósticos amplamente disponíveis, o único que podemos oferecer para proteger mulheres em idade fértil são recomendações.”

“Evitem mordidas do mosquito. Adiem a gravidez. Não viajem para áreas com transmissão corrente”, afirmou.

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