Ministério da Saúde pode comprar testes que comprovam zika

11 de junho, 2016

(Valor Econômico, 11/06/2016) O ministro da Saúde, Ricardo Barros, vai a Salvador, na segundafeira(13), verificar juntoao Laboratório Bahiafarma a
possibilidade de compra, em grande quantidade, pelo governo federal, de um
teste rápido de comprovação do vírus zika. Ele não informou quantos testes
seriam comprados, mas acrescentou que, atualmente, os testes que já são
aplicados em pessoas que apresentam os sintomas permitem a identificação e
notificação de todos os casos.
Por isso, classificou de confiáveis os números de registros da doença feitos no
país. O ministro fez o comentário durante entrevista a correspondentes
estrangeiros para apresentar as ações de saúde com vistas aos Jogos
Olímpicos e Paralímpicos.
“Estamos procurando dar a vocês subsídios para que possam tranquilizar as
pessoas de que neste período [dos Jogos], no Rio de Janeiro, o risco é
baixíssimo de alguém ser contaminado com zika. Menos de uma pessoa em
500 mil visitantes estrangeiros, pelas projeções da Universidade de
Cambridge [no Reino Unido] e de outros tantos cientistas, está sujeita a ser
contaminada, portanto, é quase risco zero”, contou.
O ministro espera que, com as informações prestadas, os atletas estrangeiros
se tranquilizem e venham para o Brasil. “Estamos falando de um espetáculo,
de um megaevento, mas para cada atleta é a vida deles. Aquilo para o que se
dedicam e aquilo no que acreditam e nós queremos que eles venham com
absoluta tranquilidade para o ápice de toda a preparação que fizeram durante
anos”, destacou.
Reunião da OMS
Ricardo Barros revelou que, na terçafeira
(14), o comitê de emergências daOrganização Mundial de Saúde (OMS) vai se reunir, por videoconferência,como ocorre a cada 90 dias, e poderá avaliar as recomendações feitas comrelação aos cuidados e prevenção relacionados ao vírus zika.
O ministro da Saúde afirmou que tudo indica que as recomendações
permanecerão, como a de que grávidas evitem viajar para os 60 países onde
foi constatada a presença do vírus, ou então, para que mulheres retardem a
gravidez até que a comunidade científica internacional amplie os
conhecimentos sobre os reflexos do vírus. Barros descartou, no entanto, a
possibilidade de o comitê propor a mudança de datas ou de local dos Jogos
2016.
“Nós não consideramos a hipótese de adiamento das Olimpíadas. Não há
nenhuma base científica que recomende este tipo de decisão. O que espero
em relação aos atletas que estão em dúvida de virem ao Rio de Janeiro é que
a nossa explanação hoje sirva de informação para que eles possam rever a sua
posição e venham competir no Brasil, porque, de fato, nós estaremos em uma
das regiões de menor circulação do vírus. Nos outros países em que ele existe,
muitos estarão em temporada de verão, com alta proliferação do vírus. A
região do Caribe, por exemplo, onde há uma circulação de milhares de
turistas, tem uma possibilidade muito maior de alguém adquirir o vírus lá, do
que aqui durante o inverno no Rio de Janeiro. Espero que os atletas possam,
a partir das nossas informações, rever as suas posições e esperamos ter todos
aqui conosco nas olimpíadas”, disse.

De acordo com o ministro, o governo brasileiro resolveu acatar todas as
recomendações da OMS para as Olimpíadas e para o vírus zika. “Temos uma
grande estrutura montada para que possamos com
segurança receber
aqueles que vêm ao Rio de Janeiro para os Jogos Olímpicos e vamos
informar o que está disponível em infraestrutura para suportar esta vinda
dos turistas e da família olímpica para os Jogos Olímpicos”, disse.
O ministro da Saúde afirmou, ainda, que, durante a Copa do Mundo, quando
o número de visitantes superou 1 milhão de pessoas, houve apenas três casos
de dengue e que, às vésperas dos Jogos 2016, a possibilidade é menor, com a
expectativa de o país receber até 500 mil turistas para acompanhar as
competições.
Barros assegurou que a rede de saúde está preparada. O governo federal
repassou mais R$ 19,5 milhões para a rede de saúde do estado do Rio de
Janeiro. Já há ambulâncias disponíveis e recursos para esses veículos no
valor de R$ 30 milhões. Estão selecionados, ainda, 130 leitos para
atendimentos de emergência caso sejam comprovados casos de zika. Além
disso, haverá o reforço de 3 mil profissionais atuando no combate ao
mosquito Aedes aegypti, transmissor de dengue, zika e chikungunya. No Rio
de Janeiro, mais de 80% dos imóveis foram vistoriados para identificar focos
de dengue.
Cuidados
De acordo com o ministro, o Comitê Olímpico vai distribuir repelentes para
todos os atletas e o governo brasileiro está adquirindo unidades do produto
para distribuir gratuitamente a gestantes incluídas no Programa Bolsa
Família.
Ainda com relação às mulheres que querem engravidar, o ministro da Saúde
lembrou que o Instituto Evandro Chagas desenvolveu pesquisas com a
Universidade do Texas de uma vacina para o vírus zika e a previsão é iniciar
os testes clínicos em novembro. “Temos a expectativa de fazer os testes em
fast track como aconteceu com o vírus Ebola e, em pouco tempo, as mulheres
poderão ter uma gravidez segura”, afirmou.
11/06/2016 17:50:46
(Agência Brasil)

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