“Flávia Piovesan deveria estar no Mato Grosso do Sul neste momento”, afirma Jurema Werneck

15 de junho, 2016

(Marina Pita/Agência Patrícia Galvão, 15/06/2016) A violência perpetrada contra a população indígena da etnia Guarani-Kaiowá no estado do Mato Grosso do Sul nesta terça-feira (14) é uma expressão da ausência de políticas de garantia de direitos humanos do governo brasileiro para as populações negra, indígena e de mulheres. “Não à toa os fazendeiros se sentiram autorizados a chegar com 60 caminhonetes e atirando”, afirma Jurema Werneck, coordenadora da ONG Criola.

Para a especialista em políticas raciais e de gênero, este caso é apenas a expressão mais recente da omissão do Estado brasileiro. “Não é de hoje. Isso está acontecendo há uma década. O governo do Mato Grosso do Sul e estes fazendeiros, fazendeiros armados, têm um pacto com – e estão próximos – deste governo golpista, assim como foi com o governo de esquerda”, dispara.

Segundo Jurema Werneck, a comprovação de que o Estado brasileiro está ao lado dos fazendeiros nesta disputa por terras em áreas indígenas é a ausência da Força Nacional, da Polícia Federal e da Secretaria Especial de Direitos Humanos na região do conflito. “A Flávia Piovesan [secretária especial de Direitos Humanos do governo interino de Michel Temer] não apareceu na aldeia até agora para proteger estas pessoas. Esta é a obrigação dela”, afirma Jurema.

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