Cresce chance de mulheres liderarem 3 de 6 maiores potências

13 de julho, 2016

(O Estado de S. Paulo, 13/07/2016) Sob vários aspectos, as realizações delas são significativas, considerando como o sexo feminino é pouco representado na política nacional nos três países

A não ser que Donald Trump consiga avanços significativos em sua campanha, a chegada de Theresa May ao poder deve fazer com que três das seis maiores potências mundiais sejam governadas por mulheres até o fim de janeiro de 2017. Hillary Clinton lidera as pesquisas para as eleições de novembro nos EUA.

Leia mais: Cinco mulheres no poder (O Globo, 14/07/2016)

A chanceler alemã, Angela Merkel, já demonstrou que pode ser definida como a mulher mais poderosa da Europa e debate-se se ela tem mais ou menos influência global do que Vladimir Putin, da Rússia.

Theresa May, 59 anos, ministra de Interior

Formada em Geografia, foi eleita para o Parlamento pela primeira vez em 1997. Foi presidente do partido entre 2002 e 2003. Theresa defendeu a permanência dos britânicos na UE, mas afirmou recentemente que ‘Brexit significa Brexit’ e negociará uma saída “sensata e ordenada”. É casada com Philip May, um banqueiro da área de investimentos. Eles não tem filhos. Se for escolhida, será a segunda premiê na história do Reino Unido, depois de Margaret Thatcher

E, solucionadas as consequências do Brexit, ficou claro que a primeira-ministra da Grã-Bretanha também será uma mulher. Vale a pena destacar que May governará a quinta maior economia global, se o colapso da libra após o referendo de junho não tivesse dado o lugar à França.

May poderá se revelar uma primeira-ministra tão divisionista quanto Margaret Thatcher. No Ministério do Interior, ela adotou uma controvertida linha dura em relação à imigração e agora provocou a revolta até mesmo dos defensores da saída da UE quando se recusou a garantir que os cidadãos de outros países da UE que vivem na Grã-Bretanha possam permanecer no país.

Os EUA não são o único país que nunca foi governado por uma mulher – tampouco França, China ou Rússia o foram (no último caso, pelo menos não desde o fim do reinado dos czares). Contudo, Putin, François Hollande, da França, e Xi Jinping, da China, agora deverão se sentir em desequilíbrio com May, Merkel e provavelmente Hillary.

Sob vários aspectos, as realizações delas são significativas, considerando como o sexo feminino é pouco representado na política nacional nos três países. Na Alemanha, somente 37% dos parlamentares são mulheres. Na Grã-Bretanha, 29%. E, no Congresso americano, apenas 19%.

Sri Lanka tornou-se o primeiro país a ter uma mulher na chefia de governo com a eleição de Sirimavo Bandaranaike, em 1960. Golda Meir foi premiê de Israel em 1969. Isabelita Perón, da Argentina, tornou-se a primeira mulher presidente em todo o mundo em 1974.

Houve mulheres chefes de Estado ou de governo na Índia, Paquistão, Bangladesh, Libéria, Turquia, Burundi, República Centro-Africana, Mongólia e Haiti, entre outros. Mas em vários desses casos, eram filhas ou esposas de líderes nacionais anteriores.

Peter Apps

Acesse o PDF: Análise: Cresce chance de mulheres liderarem 3 de 6 maiores potências (O Estado de S. Paulo, 13/07/2016)

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