Agora as baianas de acarajé são reconhecidas formalmente como profissão

17 de julho, 2017

A atividade foi inclusa na Classificação Brasileira de Ocupações, do Ministério do Trabalho

(HuffPost Brasil, 17/07/2017 – acesse no site de origem)

Se você já foi à Bahia, certamente algum cheirinho especial não lhe é estranho…

Em especial, o do azeite de dendê que banha o bolinho de massa de feijão-fradinho, aquela iguaria fritinha e crocante que cai bem em qualquer hora.

O acarajé.

Porém, esta iguaria não existiria se não fosse por elas: as baianas.

Apesar de fazer parte da cultura gastronômica do estado, e ter se espalhado por outras regiões do país, o ofício das baianas de acarajé só foi reconhecido formalmente como uma ocupação na última sexta-feira (14).

A profissão de baiana de acarajé foi inclusa na Classificação Brasileira de Ocupações, do Ministério do Trabalho, e agora elas passam a ter todos os direitos de uma profissão formal garantidos, como aposentadoria e auxilio em casos de acidentes de trabalho ou doenças.

Isso para quem for regulamentada. De acordo com a CBO, as baianas são responsáveis por algumas atividades, como o planejamento de vendas, definição de itinerários, visita a fornecedores, compra de mercadorias, além de estipular prazos e preparar alimentos.

O acarajé já é considerado um bem imaterial do Patrimônio Cultural Brasileiro, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Em 2005, foi inserido no Livro dos Saberes.

A venda dos bolinhos feitos artesanalmente e espalhados nos tabuleiros da Bahia está ligada aos cultos aos orixás e tem suas origens na África, chegando ao Brasil trazido pelos escravos.

Mas engana-se quem pensa que ele é a única iguaria dos tabuleiros. Bolinho de tapioca, vatapá, abará, camarão, salada, pimentas e cocadas variadas costumam dividir espaço com o acarajé.

Só em Salvador, por exemplo, são mais de 3.500 baianas de acarajé que serão beneficiadas com a classificação.

Elas poderão incluir sua profissão em documentos como carteira de identidade e passaporte, e também vão poder se cadastrar como microempreendedoras individuais.

Ana Beatriz Rosa

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