07/10/2011 – ‘Acredito no diálogo’, diz ministra Iriny Lopes

07 de outubro, 2011

(Estadão.com/IstoÉ/UOL/Correio Braziliense) ‘Acredito no diálogo’, diz a ministra da Secretaria de Políticas paras as Mulheres, Iriny Lopes, que afirmou que deu apenas uma “sugestão” ao pedir que a TV Globo ajudasse a divulgar o serviço de Atendimento à Mulher e Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 na novela ‘Fina Estampa’, em que a personagem Celeste (Dira Paes) é sistematicamente agredida pelo marido Baltazar (Alexandre Nero), mas não consegue denunciá-lo.A Rede Globo divulgou nota que afirma que entendeu a sugestão como “uma colaboração dentro do espírito de parceria que tem marcado nosso relacionamento” e não como “uma tentativa de coibir a liberdade de expressão”. Leia a nota da Rede Globo na íntegra

Na entrevista concedida ao site Estadão.com.br na sexta-feira, 8, a ministra afirmou considerar que as novelas possuem uma dimensão social muito grande e abordam temas fundamentais. Lembrou a personagem vivida por Helena Ranaldi na novela ‘Mulheres Apaixonadas’, que apanhava de raquete do marido e fez campanha do serviço Ligue 180. “Para mostrar que as mulheres podem e têm onde buscar amparo quando elas são violentadas, quando são agredidas. No ofício que eu enviei à Globo, eu coloquei isso, que é uma sugestão que pode ou não ser acatada”, explicou a ministra.
Quanto à resposta do autor da novela, Aguinaldo Silva, de que a ministra “quer ser corroteirista”, Iriny Lopes considera que é “é direito dele acolher ou não. O objetivo não foi de interferir”.

De acordo com Iriny, a superação da violência contra a mulher não passa exclusivamente pelo sistema de segurança. “Isso passa também pela construção de uma nova postura, de uma nova cultura, de uma nova concepção de convivência, e de como enxergar as mulheres, já que até então vem sendo naturalizada em muitos casos essa violência. Nós achamos que os meios de comunicação tem uma contribuição a dar. Não tem uma obrigação, mas tem uma parcela de contribuição”, avaliou.

“Acredito no diálogo”, diz a ministra
“Nós entramos em contato com as redes de televisão para expressar tanto o nosso agrado quanto o desagrado. Nós tivemos novelas que trataram da violência praticada contra a mulher. Mostraram o problema e como enfrentá-lo. É uma contribuição. Na semana passada, liguei para a Ana Maria Braga para parabenizá-la por uma matéria sobre agressão, com base na novela.”Perguntada sobre o porquê de a Secretaria não haver se manifestado com tanta veemência no caso das adolescentes presas junto com homens no Pará, Iriny Lopes reagiu: “Claro que nos manifestamos. Deslocamos pessoas para o Pará, conversamos e tratamos com o sistema de segurança e com a Justiça local nos dois casos. Essas ações não viraram notícia. As pessoas deveriam prestar um pouco mais de atenção em tudo o que a gente faz”.

Repercussão
“É um debate válido, a secretaria não é órgão de polícia e cumpre seu papel dentro de uma restrição orçamentária muito grande”, afirma a diretora de Justiça da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Rio Grande do Sul, Rúbia Abs.
Já a professora de antropologia da Universidade de Brasília (UnB) Lia Zanotta considera que “cabe à Secretaria divulgar o disque denúncia, não é papel da novela fazer campanha de uma política do governo”.

Iriny Lopes: “Nenhuma mulher gosta de apanhar” (IstoÉ – 07/10/2011)
Secretária de Políticas para as Mulheres deveria focar na violência (Correio Braziliense – 08/10/2011)
A ministra que comprou briga com a propaganda (O Estado de S. Paulo – 09/10/2011)
‘Sugerir não arranca pedaço’ (Carta Capital – 10/10/2011)

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