Após casos de feminicídios, aplicativo Salve Maria registra aumento de número de downloads

13 de julho, 2018

Em uma semana, foram feitos cerca de 200 downloads do aplicativo. Subsecretária de Segurança associa à conscientização levada pela série ‘Feminicídio’, exibida no Piauí TV 1ª edição.

(G1, 13/07/2018 – acesse no site de origem)

O aplicativo Salve Maria, desenvolvido pelo governo do Piauí para facilitar denúncias de casos de violência contra a mulher, registrou cerca de 200 downloads em cinco dias, índice considerado elevado pela Agência de Tecnologia da Informação (ATI), que elaborou o aplicativo.

A subsecretária de segurança, delegada Eugênia Villa, associou o crescimento nos downloads do aplicativo à série “Feminicídio”, exibida no Piauí TV 1ª edição esta semana, cujo último episódio foi ao ar nesta sexta-feira (13).

“Terminou a série e deu muito enfoque ao tema, então as pessoas que assistiram devem ter se conscientizado, acredito que é um reflexo dessa série. A TV Clube trouxe pessoas que sofreram a violência, mulheres que conseguiram escapar do feminicídio, pais e mães que perderam familiares. Esses relatos certamente estão influenciando as pessoas a baixarem porque é o sofrimento humano, a palavra de pessoas que sofreram”, disse.

Importante ferramenta no combate à violência doméstica e ao feminicídio, até esta sexta-feira (13). De acordo com os dados da ATI, foram 7.068 downloads e registradas 257 denúncias. O “botão do pânico”, que emite um ponto de localização da ocorrência para a viatura mais próxima, foi acionado 63 vezes. Das ocorrências registradas, 122 foram de violência física, 29 de moral, 28 de psicológica, 14 de sexual e um de patrimonial.

A delegada afirmou que o botão do pânico foi acionado poucas vezes, mas que as polícias civil e militar, e órgãos da justiça estão tendo preparo, em diferentes municípios do Piauí, para o uso efetivo do aplicativo nas denúncias.

“É preciso preparar a polícia para isso. Está aumentando sim o recurso o botão do pânico, mas ainda está abaixo do botão de denúncia. A gente tem acompanhado. Teresina é onde mais se utiliza o botão, mas a gente está percorrendo outras cidades, e quando a gente vai à cidade e capacita, alerta as pessoas, a gente percebe a iniciação do Salve Maria naquele lugar”, citou.

Para além do aspecto jurídico, o combate à cultura do machismo na sociedade é elemento fundamental para combater a violência contra a mulher. A delegada Eugênia Villa disse que, a eficiência do combate à violência contra a mulher é, para além de jurídico, e depende da participação de cada pessoa.

“A gente pensa em atribuir a eficiência da política criminal ao sistema de polícia, Ministério Público e Justiça. No entanto, para prevenir, é preciso mudar uma estrutura. É cultural, então é preciso sair da esfera jurídica e devolver a jurisdição para a sociedade. É preciso preparar a sociedade para ela mesma criar uma cultura de paz e fraternidade. Não vou dizer que é um processo penal que resolve a questão, o processo está preparado para enfrentar a violência, que vai muito além do crime”, concluiu.

Roberto Araujo

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