Projeto que dá ‘aulas’ a agressor reduz para 1% casos de reincidência de violência doméstica em São Paulo

14 de julho, 2021

‘Tempo de Despertar’, idealizado pela promotora de Justiça Gabriela Manssur, atua na conscientização de homens, que, com ajuda de profissionais especializados, discutem questões como desigualdade de gênero, masculinidade e direitos e deveres

(O Globo | 14/07/2021 | Por Bianca Gomes)

SÃO PAULO – As imagens do DJ Ivis agredindo a ex-mulher Pamella Holanda mobilizaram uma campanha na internet pela importância de se “meter a colher” e denunciar atos de violência doméstica. A influenciadora e arquiteta, que passou a ser agredida durante a gravidez da filha do casal, contou que muitos ao seu redor eram coniventes e presenciavam os episódios calados, sem nenhuma interferência.

A denúncia é o primeiro passo para lidar com casos de violência contra a mulher. A partir dela, a vítima passa a ter proteção, apoio e acesso a seus direitos e a toda uma rede de acolhimento. Mas romper com o ciclo de violência exige mais do que “meter a colher” ou levar o agressor à prisão. É preciso evitar que a violência se repita, seja com a mesma vítima ou não, afirma a promotora de Justiça Gabriela Manssur.

Em 2014, ela idealizou o projeto Tempo de Despertar, em que autores de violência participam de grupos com profissionais especializados para discutir questões como desigualdade de gênero, masculinidade e direitos e deveres entre homens e mulheres. No período de vigência do programa, a taxa de reincidência dos casos de violência doméstica passou de 65% para 1% no ano passado. Em alguns anos chegou até a zerar. Os resultados positivos levaram o programa a virar lei estadual em 2018.

— Esse trabalho é importante porque faz com que os homens não continuem no ciclo da violência. A partir do momento em que eles cometem uma violência, são denunciados, respondem a um processo e são inseridos nos grupos reflexivos, eles começam a se conscientizar, se arrepender e a mudar o comportamento — afirma Gabriela, para quem o grupo nada mais é do que uma forma de prevenir o feminicídio.

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