Adolescentes pretas têm três vezes mais riscos de sofrerem múltiplas violências

22 de julho, 2021

Primeiro estudo sobre o tema no Brasil identificou que violências múltiplas contra meninas e adolescentes, no ambiente escolar, apresentam desigualdades raciais: o acúmulo de diferentes violências é maior entre as pretas. O levantamento considerou como polivitimização os casos em que uma mesma adolescente relatou já haver sofrido os três eventos: bullying, violência física e relação sexual forçada.

(Catarinas | 22/07/2021 | Por Redação)

Artigo publicado na revista Racial and Ethnic Health Disparities (em tradução livre “Disparidades de saúde raciais e étnicas”) documentou os riscos desiguais de exposição a diferentes formas de violência entre adolescentes pretas, pardas, indígenas, asiáticas e brancas no Brasil. A análise foi feita a partir dos dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE, 2015), com 14.809 adolescentes com idade entre 15 e 19 anos. São coautoras as pesquisadoras do Centro de Integração de Dados e Conhecimento (CIDACS-Fiocruz Bahia), Dandara de Oliveira Ramos, que também integra o Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Emanuelle Freitas Goes e Andrêa Jacqueline Fortes Ferreira.

O estudo “Intersection of Race and Gender in Self-Reports of Violent Experiences and Polyvictimization by Young Girls in Brazil” (Intersecção de Raça e Gênero em Autorrelatos de Experiências Violentas e Polivitimização por Meninas no Brasil) analisou as violências relatadas em relação à características como raça ou cor da pele, religião, região ou origem, orientação sexual, aparência do corpo, aparência do rosto, e outras.

Entre as estudantes que participaram da pesquisa, 47,28% se autentificaram como pardas, 29,16% como brancas, 15,28% como pretas, 4,80% como amarelas, e 3,29% como indígenas.

Quanto à localização geográfica, considerando a raça/cor de pele, a pesquisa demonstrou que meninas do Norte, Nordeste e Centro-Oeste e Sudeste, respectivamente, relataram serem menos vítimas de bullying do que meninas do Sul. Menores taxas de relação sexual forçada também foram relatadas, respectivamente, entre meninas do Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste e Norte comparado com a região Sul. Quanto às agressões físicas, as meninas do Sudeste e do Centro-Oeste foram as que mais relataram esse tipo de violência.

A pesquisa concluiu que meninas do Nordeste, Centro-Oeste, Norte e Sudeste, respectivamente, relataram menos ocorrências de polivitimização do que as meninas da região Sul.

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