Defensoria pede que Justiça Militar anule absolvição de PMs suspeitos de estuprar mulher em viatura

25 de julho, 2021

Órgão afirma que julgamento se baseou em visão deturpada sobre como vítimas de violência sexual devem se comportar

(Folha de São Paulo | 25/07/2021 | Por Mônica Bergamo)

A Defensoria Pública de São Paulo apresentou um recurso de apelação junto à Auditoria da Justiça Militar de São Paulo solicitando a anulação da sentença que absolveu dois policiais militares suspeitos de terem estuprado uma mulher no interior de uma viatura policial em Praia Grande, no litoral paulista.

NADA VI

O episódio ocorreu em junho de 2019, durante o turno de trabalho dos PMs. De acordo com a decisão do juiz Ronaldo João Roth, não ficou provado que tenha havido conjunção carnal contra a vítima nem violência ou grave ameaça na prática de sexo oral. Ainda segundo o magistrado, a mulher não tentou impedir o ato nem pedir ajuda.

MEDIDAS

A sentença ainda menciona ser “impossível” a prática de estupro na parte traseira de um Fiat Uno, por causa de seu espaço diminuto —embora um laudo da perícia demonstre o oposto.

ESTIGMAS

A defensoria afirma que o julgamento se baseou em “uma visão deturpada do consentimento” e sobre como mulheres vítimas de violência sexual devem se comportar. Além da reforma da sentença, o órgão também pede o reconhecimento de quebra da imparcialidade do juízo.

PODER

“A existência de uma arma de fogo não serviu, na visão do meritíssimo juiz, como suficiente para caracterizar a grave ameaça ou para gerar na vítima temor considerável, capaz de minar sua capacidade de resistência”, afirma a defensoria na apelação.

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