Máfia do financiamento de ações antigênero, antidireitos reprodutivos e LGBTfóbicas

16 de agosto, 2021

Em entrevista à Pública, Neil Datta, secretário do Fórum Parlamentar Europeu para os Direitos Sexuais e Reprodutivos, fala sobre estudo e novo vazamento do WikiLeaks

(Agência Pública | 13/08/2021 | Por Andrea DiP)

Nesta sexta-feira (13), a Agência Pública lançou uma investigação inédita, baseada em documentos vazados pelo WikiLeaks no dia 5 de agosto, sobre as organizações ultraconservadoras de extrema direita HazteOir e CitizenGO. As duas têm como fundador o espanhol Ignacio Arsuaga, mas a primeira tem atuação local e a segunda tem escritórios e associados em todo o mundo, inclusive no Brasil. A investigação da Pública encontrou mais de 200 nomes de brasileiros entre os associados.

Em entrevista, Neil Datta, pesquisador e secretário do Fórum Parlamentar Europeu para os Direitos Sexuais e Reprodutivos, comentou a importância do vazamento e falou sobre seu recém-lançado estudo “Tip of the Iceberg — Religious Extremist Funders against Human Rights for Sexuality and Reproductive Health in Europe, 2009-2018” (A ponta do iceberg — Financiadores extremistas religiosos contra os direitos humanos para a sexualidade e saúde reprodutiva na Europa de 2009 a 2018, em tradução livre), que revela quais são os principais grupos antidireitos no mundo, como eles se mantêm e quais são suas principais fontes de financiamento.

A primeira parte de seu relatório olha para 54 financiadores antigênero na Europa, vindos especialmente dos Estados Unidos, da Rússia e da União Europeia. Juntos, de 2009 a 2018 eles teriam gastado mais de US$ 707 milhões com organizações e ações antidireitos reprodutivos e LGBT. Entre as organizações mais influentes no mundo está a TFP (Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade), fundada no Brasil na década de 1960 por Plínio Corrêa de Oliveira. Neil explica que, apesar de ter praticamente encerrado as atividades na América Latina após a morte do professor na década de 1990, a organização se manteve forte na Europa e gerou várias outras, como o grupo ultraconservador, extremista e antidireitos polonês Ordo Iuris. “As organizações que surgiram a partir da TFP são  provavelmente a rede ultraconservadora mais rica na Europa neste momento”, define.

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