Duas mulheres sofrem tentativa de feminicídio em SP; já são 27 casos em 2019

02 de abril, 2019

De acordo com apuração do SP1, em 14 casos as mulheres foram assassinadas, a maioria por ex-companheiros.

(G1, 02/04/2019 – acesse no site de origem)

Mais duas mulheres sofreram tentativas de feminicídio entre sexta-feira (29) e esta segunda (1º) em São Paulo. Já são 27 casos de violência contra a mulher na Grande São Paulo só neste ano, de acordo com apuração do SP1. Ao todo, 14 delas foram assassinadas, a maioria por ex-companheiros.

Eliete Macedo, 23 anos, foi espancada pelo companheiro, Arlan Cavancanti, na noite de segunda em Perus, bairro da Zona Norte de São Paulo.

No boletim de ocorrência, os policiais dizem que encontraram a porta da frente arrombada e a vítima debaixo da cama. Eliete estava desacordada e com lesões em todo o corpo. Uma vizinha que ouviu os gritos chamou a polícia.

De acordo com familiares do casal, Arlan e Eliete estão juntos há dez anos. Logo depois de agredir Eliete, Arlan deixou os dois filhos na casa do irmão e disse que voltava logo, mas não apareceu mais. Ele segue foragido.

Ex não aceita término

Na madrugada de sexta-feira (29), outra mulher foi violentamente agredida no Itaim Paulista, na Zona Leste.

Roseane da Silva, de 28 anos, ficou com marcas por todo o rosto depois de um ataque do ex-namorado, Thiago de Freitas, de 24 anos.

Ela já tinha mudado de casa para se esconder, mas ele descobriu o endereço e arrombou a porta de madrugada. De acordo com Roseane, Thiago chegou na casa dela querendo voltar a ter um relacionamento com ela.

Eu não quis, aí ele começou a agressão, chute, chute na cara. Bateu minha cabeça na parede e eu desmaiei. Ele pisou muito na minha cara. Ele pegava a minha cabeça e batia no chão. O problema dele era ciúmes. Se alguém olhasse para mim ele achava que era porque eu estava bonita. Nunca foi agressão de tapa, ele já quebrou meu nariz.

— Roseane da Silva

Thiago chegou a ser preso há quatro anos depois de dar uma facada em Roseane. Na época ele foi solto em pouco mais de 20 dias. Roseane já tinha uma medida protetiva contra o ex.

“Eu morei três anos no Pernambuco, quando ele foi preso, por medo dele. Eu voltei agora, e quando voltei ele me achou de novo. E ele veio atrás de mim”, conta ela.

Eliete foi levada pelos bombeiros para o Hospital as Clínicas (HC). A polícia aguarda a alta dela para pegar o depoimento. Thiago está foragido.

Quem tiver alguma informação pode ligar para o disque denúncia no número 181. Não é necessário se identificar.

Em São Paulo, há sete delegacias da mulher que funcionam 24 horas por dia. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) diz que as mulheres com medidas protetivas também podem usar o aplicativo SOS Mulher.Com ele, a Polícia Militar dá prioridade ao atendimento.

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