A advogada Márcia Soares é fundadora e diretora-executiva da Themis, que atua há 30 anos no direito das mulheres
No dia 8 de março a Themis – Gênero, Justiça e Direitos Humanos completou 30 anos de história, marcada pelo enfrentamento da discriminação contra mulheres no Sistema de Justiça. Em um tempo em que a volta da democracia dava seus primeiros passos e o direito das mulheres era mais vulnerável.
Em 1993, a Themis trouxe para o país o projeto de capacitação legal de mulheres, o Promotoras Legais Populares, após participar de um seminário sobre os direitos da mulher promovido pelo Cladem – Comitê Latino Americano de Defesa dos Direitos da Mulher. Estes cursos já vinham se desenvolvendo há pelo menos uma década em alguns países da América Latina, como Peru, Argentina e Chile. De Porto Alegre, o projeto ganhou o país.
Em três décadas, serviços foram surgindo, outros se solidificando. Contudo, viu nos últimos anos um recrudescimento no que tange os serviços, nas políticas públicas e na vida das mulheres. “Hoje estamos em uma situação de atendimento quase como era a 30 anos atrás. As promotoras estão fazendo o papel do Estado no atendimento da ponta, porque o serviço não existe. As mulheres chegam absolutamente pauperizadas”, afirma a diretora-executiva da Themis, Márcia Soares.
Em entrevista ao Brasil de Fato RS, Márcia conta um pouco da trajetória da instituição e desafios para os próximos anos.
Márcia Soares é advogada de direitos humanos e feminista, diretora-executiva e fundadora da Themis. É responsável pela gestão institucional e coordenação dos programas. Entre os anos 2006 e 2011, esteve à frente da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente do governo federal. Também em 2011, passou a atuar como Oficial de Projetos da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Integra o Comitê Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher.