77% apoiam número igual de parlamentares homens e mulheres, aponta pesquisa Ibope/ONU Mulheres

14 de setembro, 2018

Pesquisa foi encomendada pela ONU Mulheres, organismo das Nações Unidas pela igualdade de gênero, e faz parte de iniciativa para promover a participação feminina na política.

(G1/Brasília, 14/09/2018 11 – acesse no site de origem)

Pesquisa Ibope encomendada pela ONU Mulheres e divulgada nesta sexta-feira (14), revelou que 77% dos brasileiros concordam que deveria ser obrigatório para casas legislativas – Congresso, câmaras de vereadores e assembleias legislativas estaduais – ter metade dos parlamentares homens e metade mulheres.

Entre as mulheres, o índice de entrevistados que concordam com essa obrigação é de 82%. Entre os homens é de 71%.

Apresentação da pesquisa Ibope sobre participação de mulheres na política na sede da ONU Mulheres, em Brasília (Foto: Laís Lis/G1)

A ONU Mulheres lançou a plataforma Brasil 50-50 com o objetivo de incentivar a participação de mulheres na política. Pela plataforma, os candidatos também podem assumir o compromisso público com políticas de igualdade de gênero.

O Ibope entrevistou 2.002 homens e mulheres de 16 anos ou mais em 141 municípios a pedido da ONU Mulheres, organismo das Nações Unidas cujo objetivo é promover a igualdade de gênero e assegurar os direitos humanos das mulheres.

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de cada dez candidatos na eleição deste ano, três são mulheres. Em março, pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou o Brasil na 152ª posição em um ranking de 190 países sobre presença feminina em parlamentos.

De acordo com a pesquisa, 81% dos brasileiros entendem que a presença de mulheres em postos de poder e decisão aprimora a política e 70% dos entrevistados concordaram que só há democracia com a presença de mulheres em postos de poder e de tomada de decisão.

Jacira Melo, diretora do Instituto Patrícia Galvão, parceiro da ONU Mulheres, disse que o resultado da pesquisa mostra que há demanda por igualdade de gênero na política, mas ressaltou que os partidos ainda discriminam as mulheres.

“Partido político é o lugar mais misógino que tem. Mulheres votam em mulheres. O que falta a mulheres candidatas? Falta estrutura de campanha”, afirmou.

Durante o lançamento da pesquisa, a ex-ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Luciana Lossio afirmou que nestas eleições houve avanços devido à obrigação dos partidos de destinar 30% do fundo eleitoral para mulheres.

Ela lembrou que quatro das cinco chapas mais bem colocadas na disputa pela Presidência da República têm mulheres.

“Somos as viúvas ricas. Que eles venham atrás de nós pelo dinheiro. O importante é que as mulheres cheguem aos cargos de poder”, afirmou.

Por Laís Lis, G1/DF

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