02/07/2013 – Opiniões divergem quando o tema é o vagão para mulheres

02 de julho, 2013

(Jornal de Brasília) No metrô do Distrito Federal, a semana começou com um desafio: colocar em funcionamento o projeto experimental que institui o chamado vagão rosa. Ali, só entram mulheres e pessoas com deficiência. As mudanças são bem-vindas para a maioria das mulheres ouvidas pela reportagem, mas militantes feministas pedem uma solução do problema pela raiz. Além disso, algumas melhorias são exigidas por quem tem dificuldades de locomoção.

Para as usuárias frequentes do metrô que andam sozinhas, como Taís Souza, de 26 anos, o vagão exclusivo será bem mais cômodo.

“A gente não fica à vontade no empurra-empurra quando tem homens atrás. Agora, em um carro só de mulher, não vamos ter esse receio. Gostei da ideia”, conta.

Há quem acredite que essa medida é extremamente radical, como Renata Florentino, 29 anos, socióloga e pesquisadora no Observatório das Metrópoles. “As medidas para as mulheres deveriam ser feitas na intenção de fazê-las se sentirem seguras no espaço público e não segregadas.O governo deveria evitar a superlotação no horário de pico e fazer uma campanha educativa para que os homens saibam como agir. Não podemos comparar a população feminina de Brasília com lugares como Egito e Índia, onde essa medida realmente é necessária”.

A servidora pública Natalie Bulcão, de 47 anos, tem deficiência locomotora e também acha que há medidas mais urgentes e importantes que essa. “Antes de transformar o vagão em exclusivo, eles deveriam facilitar o acesso para quem tem dificuldade de locomoção. Deveriam colocar mais cadeiras preferenciais e adequar a infraestrutura. De que adianta colocar um vagão exclusivo que fica do outro lado do elevador? Eu já ando com dificuldade e ainda tenho que andar na direção contrária da multidão porque não posso pegar escada rolante”, reclama.

Saiba mais

O vagão funcionará somente durante a semana das 6h às 8h45 e das 16h45 às 20h15.

»O primeiro carro, logo após a cabine do piloto, será exclusivo. O resto do metrô continuará misto »Esse primeiro mês ainda é de teste e possiveis ajustes poderão ser feitos

Acesse o pdf: Opiniões divergem quando o tema é o vagão para mulheres (Jornal de Brasília – 02/07/2013)   

 

 

 

 

 

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