03/04/2011 – O Brasil é um país racista e homofóbico?

03 de abril, 2011

A declaração do deputado federal Jair Bolsonaro e as reações de diversas pessoas e entidades levaram a imprensa a publicar artigos e entrevistas que buscam debater a questão e responder a pergunta: O Brasil é um país racista e homofóbico?

”Somos um país racista e homofóbico”, diz Margarida Pressburger
A advogada Margarida Pressburger há um mês assumiu, em Genebra, uma vaga no Subcomitê de Prevenção da Tortura (SPT), da Organização das Nações Unidas (ONU). Leia a seguir trechos da entrevista concedida à repórter Luciana Nunes Leal, da sucursal do Rio de Janeiro do jornal O Estado de S. Paulo:
“O Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3) é uma obra-prima, pela forma como foi originalmente redigido. Vannuchi sofreu pressão de todos os lados, da Igreja à bancada retrógrada do Congresso. Teve de alterar a questão do aborto, voltar um pouco atrás na Comissão da Verdade. Acho que agora a Dilma vai recuperar esse tempo.”
“Somos um país homofóbico, racista. Enquanto você não tiver a mentalidade de colocar nas escolas aulas de não discriminação… Direitos humanos têm de ser ensinados no jardim de infância. Ainda temos um chão muito grande para andar.”
Leia a entrevista completa: ”Somos um país racista e homofóbico”, entrevista com Margarida Pressburger (O Estado de S. Paulo – 03/04/2011)

Por que não somos racistas, por Carlos Alberto Dória
“O higienismo promovido pelo Estado e a interpretação local do ‘neolamarckismo’ de Ernst Haeckel levaram as teorias raciais ao descrédito intelectual no Brasil, onde as relações entre negros e brancos derivam mais de uma vida privada marcada pela ideia de família que de uma racialização da esfera pública como nos EUA.”
Veja o artigo na íntegra: Laços de família: Por que não somos racistas, por Carlos Alberto Dória (Folha de S.Paulo – 03/04/2011)

Tentativa de justificar o injustificável mostra persistência do racismo, diz Roseli Fischmann
“A ideia de que a liberdade de expressão garantiria esse tipo de manifestação [do deputado Bolsonaro] é cúmplice desse racismo, e igualmente criminosa. Quem tiver dúvida deve consultar o histórico processo julgado pelo STF no qual foi condenado Ellwanger por racismo, o parecer como amicus curiae, de Celso Lafer, e o Daniel Sarmento de Livres e Iguais. Os estudos jurídicos sobre os discursos de ódio ensinam que, no conflito entre duas liberdades distintas, vence aquela que não prejudique a presença de qualquer cidadão no campo democrático.”
Leia o artigo completo: Atoleiro racista, por Roseli Fischmann (O Estado de S. Paulo – 03/04/2011)

Elizabeth Bishop e as relações raciais no Brasil
“Marcada pela noção de democracia racial, então em pleno vigor, Elizabeth Bishop comenta em ‘Grupos e Indivíduos’ (o cap. 8 do livro ‘Brazil’, aqui reproduzido na íntegra) os tipos populares e as relações raciais, de classe e de gênero no Brasil dos anos 1950; e traça paralelos com o período colonial e com a sociedade americana.”
Acesse em pdf: Lufada de ar fresco: Bishop e as relações raciais no Brasil (Folha de S.Paulo – 03/04/2011)

Veja também:
Estudo aponta que 260 gays, travestis e lésbicas foram assassinados no Brasil em 2010 (UOL – 04/04/2011)
25 gangues apavoram gays e negros nas ruas da cidade (Folha de S.Paulo – 03/04/2011)
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Leia também comentários de especialistas sobre as possíveis medidas punitivas que poderiam ser aplicadas ao deputado Jair Bolsonaro por suas declarações

Veja também: Racismo, igualdade e políticas públicas são debatidos em seminário organizado em Brasília (Agência Brasil – 31/03/2011)

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