28/11/2013 – Casos de mortalidade materna recuam 33% no Estado do Rio

28 de novembro, 2013

(O Globo) Grávida pela quinta vez, Ivany da Conceição dos Santos, de 20 anos, está na 38ª semana de gestação. Moradora do Caju, ela já perdeu dois bebês aos nove meses de gravidez — e Ivany conta que seu maior temor é que ela ou a criança morram durante o nascimento do menino. As mortes de mulheres por problemas decorrentes do parto, porém, tiveram redução em todo o estado. Informações preliminares do Banco de Dados do Sistema Único de Saúde (Datasus), do Ministério da Saúde, apontam que entre janeiro e setembro deste ano, o número de casos de mortalidade materna recuou de 137, no mesmo período de 2012, para 91 — uma queda de 33,57%. Na capital, os registros caíram de 48 para 40, ou 16,66%.

— Fico feliz em saber que as mortes de grávidas diminuíram, mas ainda tenho muito medo do que pode acontecer comigo no parto. Espero que quando chegar minha hora tudo ocorra bem — diz Ivany, que terá o bebê na rede municipal.

Ajuda do Projeto Cegonha

Do total de óbitos maternos registrados no estado, entre janeiro e setembro de 2012, 45 foram na Baixada Fluminense. Este ano, a região teve 16 casos no mesmo período, uma redução de 64,44%. Em Nova Iguaçu — que, com São João de Meriti, era um dos municípios da Baixada com maior número de casos — a queda foi ainda maior: 70%. Para Luiz Antônio Teixeira Júnior, secretário municipal de Saúde de Nova Iguaçu, a melhora na infraestrutura hospitalar e a prevenção contribuíram para essa redução:

— Na infraestrutura hospitalar, estamos com as equipes de obstetras e anestesistas completas. Além disso, estamos investindo em prevenção com a implantação do serviço de pré-natal para as gestantes de alto risco. Também recebemos uma ajuda do governo federal com o Projeto Cegonha.

Três novas maternidades

O secretário disse ainda que a meta é zerar o índice de mortes maternas em Nova Iguaçu, que no período passou de dez para três. A inauguração, em 1º de dezembro, da Maternidade Municipal Mariana Bulhões, deve contribuir para essa meta. A unidade terá capacidade para 350 partos por mês, 30% a mais do que faz hoje o Hospital da Posse.

— Estou fazendo meu pré-natal na rede pública e não tenho do que reclamar. A ansiedade para ver os meus gêmeos é grande e fico mais tranquila em saber que o número de grávidas que morrem está diminuindo — diz Isabele Magalhães, de 20 anos, grávida de sete meses.

Quem teve filho recentemente também comemora a queda. Para Glaicemar Matos, de 27 anos, com um bebê de 12 dias, o ideal é que nenhuma mãe morra no parto. Caroline Nicolau Curado, de 18 anos, enfrentou uma gravidez de risco com João Lucas, hoje de 26 dias:

— Eu tinha anemia e fiquei preocupada, mas fiz todo o acompanhamento da gravidez com o pré-natal. Saber que o número de mortes de grávidas diminuiu é uma boa notícia.

Em todo o ano passado, o Estado do Rio registrou 176 mortes maternas, sendo 63 na capital e 53 na Baixada. A Secretaria estadual de Saúde preferiu não comentar enquanto os números completos deste ano não estiverem disponíveis no Datasus. Já a Secretaria municipal de Saúde do Rio atribuiu a redução dos óbitos à ampliação do acesso e à qualificação do pré-natal. O número de unidades que fazem pré-natal no Rio saltou 108% nos últimos quatro anos, e a cidade ganhou três maternidades.

Acesse o PDF: Casos de mortalidade materna recuam 33% no Estado do Rio (O Globo – 28/11/2013)     

 

 

 

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