Departamento divulga que 88% das pessoas com HIV em tratamento têm carga viral suprimida

24 de junho, 2015

(Agência Aids, 24/06/2015) O Ministério da Saúde (MS) convocou uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira (24) para apresentar uma nova campanha publicitária, voltada à prevenção das DSTs/aids durante as festas juninas e próximos eventos nacionais. Porém, o assunto principal acabou sendo a meta 90-90-90, que consiste em que 90% das pessoas com HIV conheçam o seu diagnóstico, deste grupo, 90% entrem em tratamento e 90% tenham carga viral indetectável.

Fabio Mesquita, diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais (DDAHV) do Ministério da Saúde, apresentou o balanço sobre o acesso ao tratamento com antirretrovirais com base no Novo Protocolo Clínico de Tratamento de Adultos com HIV e Aids, documento que embasou a campanha deste ano.

“Atualmente, cerca de 404 mil pessoas fazem uso dos medicamentos oferecidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde) para tratamento e prevenção do HIV/aids. O incentivo ao diagnóstico e o combate ao tratamento tardio também refletiram na redução da mortalidade e da morbidade do HIV,” contou Fábio Mesquita.

Ainda segundo o diretor, em 2014, houve um aumento de 30%  nas adesões ao tratamento com antirretrovirais. De 57 mil em 2013, passou para 74 mil em 2014. Além disso, das pessoas atualmente em tratamento, segundo o MS, 88% estão com supressão da carga viral. Isso significa que o vírus está indetectável na corrente sanguínea, o que contribui para diminuir a sua circulação.

“Quando se entra no padrão indetectável, que é abaixo de 40 cópias do vírus na corrente sanguínea, as chances de transmissão são mínimas”, explica Denize Lotufo, coordenadora de assistência do CRT (Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids-SP). “Mesmo assim, isso não dispensa o uso da camisinha nas relações sexuais.”

Hoje, informou Fábio Mesquita, o Brasil tem 734 mil casos de pessoas vivendo com HIV. Destas, 71 mil ainda precisam ser testadas para o governo bater a primeira meta do 90-90-90, que se refere à detecção do diagnóstico. Para a do tratamento, falta incluir 177 mil portadores do vírus e para a última, que é a carga viral indetectável, faltam 185 mil. “Esses dados apontam para a efetividade da adoção da política de combate ao HIV e aids no país, que este ano comemora 30 anos,” observou Fábio.

“A ampliação do acesso ao tratamento garante a diminuição da circulação do vírus da aids no país. Estamos próximos de alcançar as metas de 2020. Resta alcançar 11% da população com HIV/aids,” disse  ministra interina da Saúde, Ana Paula Menezes.

Para o Ministério da Saúde, o conceito de prevenção combinada consiste em distribuição de camisinha masculina e feminina, acesso às testagens regularmente, pré-natal para evitar a transmissão vertical do HIV, adesão a tratamento,  atenção aos usuários de drogas, adesão a  PrEP (profilaxia pré-exposição) e a PEP (profilaxia pós-exposição), diagnóstico e tratamento das outras DSTs.

#partiuteste nas festas juninas 

A nova campanha é, na verdade, uma continuação das ações de prevenção iniciadas em dezembro de 2013 com a hashtag #partiuteste. O projeto contempla o público entre 15 e 25 anos,  faixa etária com os maiores riscos de infecção.  O governo investiu R$ 20 milhões nas ações de prevenção, durante o Carnaval; R$ 3 milhões na campanha das festas juninas e mais R$ 15 milhões que serão utilizados ao longo do ano.

A ministra Ana Paula Menezes contou que a novidade da campanha é o novo modelo, que incentiva a prevenção combinada com uso da camisinha, realização dos testes para diagnóstico do HIV e o tratamento entre jovens, gays e travestis: “Essa é a primeira vez que o Ministério da Saúde dá continuidade às ações de prevenção no meio do ano, com a mídia televisiva, para conscientizar a população durante o período das festas juninas que estão acontecendo no nordeste”, disse ela.

Embora a apresentação da campanha tenha sido realizada hoje, a ministra divulgou que ela já está em andamento nas cidades de maior concentração das celebrações juninas como Campina Grande e João Pessoa (PA), Caruaru (PE) e Salvador (BA). “Para essa etapa da campanha foram distribuídos 160 mil preservativos, 85 mil folders explicativos de prevenção e 20 displays, onde camisinhas e peças específicas podem ser retiradas,” afirmou a ministra.

A ação também estará presente no Festival Folclórico de Parintins (Manaus, AM), nos dias 26 e 28 de junho, além de outras festas como Peão de Barretos (SP) e a Oktoberfest, festa da cerveja, no sul.

Veja o vídeo da campanha aqui

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