Brasil reforça cooperação para estimular a amamentação de bebês com microcefalia

19 de maio, 2016

(Portal Brasil, 19/05/2016) Orientações serão dadas por meio de videoconferência por profissionais do Ministério da Saúde ou convidados.

A cooperação brasileira terá mais uma ferramenta para auxiliar o aleitamento de crianças em aproximadamente 40 países. O Ministério da Saúde lançou, nesta quinta-feira (19), data em que comemora-se o Dia Mundial de Doação de Leite, conteúdo em espanhol para profissionais de saúde sobre o atendimento de nascidos com microcefalia, especialmente sobre a amamentação.

Já existente em português, o Observatório Zika de Amamentação oferece qualificação e ações práticas para os atendimentos.

As orientações serão dadas ao vivo, em espanhol, por meio de videoconferência por profissionais do Ministério da Saúde ou convidados. Ao final, os vídeos ficarão disponíveis no sistema para que todos os profissionais de saúde tenham acesso às informações.

Um exemplo de orientação é a aplicação da musicoterapia para ajudar na flexão muscular e na alimentação, pois parte das crianças com microcefalia apresenta irritação e rigidez muscular. Outra são as explicações dos palestrantes convidados pelo Observatório para orientar profissionais, como fonoaudiólogos, para estimular a sucção do bebê com exercícios práticos.

A coordenadora da Saúde da Criança e Aleitamento Materno, do Ministério da Saúde, Thereza De Lamare, destaca que a troca de experiências e a cooperação com bancos de leite de outros países ampliam a responsabilidade humanitária brasileira. “A experiência exitosa do Brasil, tanto no seu território quanto na transferência de conhecimento aos países que fazem parte da cooperação internacional, eleva a sua responsabilidade e o protagonismo no desafio da redução da mortalidade infantil e a subnutrição global”.

O lançamento da nova versão do Observatório ocorreu durante abertura do Fórum Global Alusivo ao Dia Mundial de Doação de Leite, realizada nesta quinta-feira (19), em Brasília. O evento acontece em videoconferência entre os países que integram a Rede Global de Bancos de Leite Humano, a partir de conexão no Brasil.

O encontro entre os países ocorreu ao meio-dia, com o acionamento do contato direto de Brasília. No encontro, o Brasil também fará o lançamento do projeto Múltiplas Vozes, que prevê o uso de músicas nos locais de coleta de leite e de amamentação, tornando o ambiente mais favorável para a prática da amamentação.

Modelo brasileiro

O Brasil é, atualmente, a principal referência de aleitamento materno e de doação de leite humano para aproximadamente 40 países. A estratégia de bancos de leites do Brasil, desenvolvida há mais de 10 anos pelo Ministério da Saúde, já beneficiou mais de 1,6 milhão de recém-nascidos e de 15,1 milhões de mulheres assistidas em todo o mundo. Foram mais 1,3 milhão de litros de leite doados por 1,5 milhão de mulheres doadoras.

Desenvolvido em parceria com a Agência Brasileira de Cooperação, do Ministério das Relações Exteriores, o sistema brasileiro é responsável pela redução sistemática da mortalidade na infância. Somente no País, entre 1990 e 2013, essa taxa reduziu 70%.

Pioneiro na implantação de políticas de aleitamento materno e de bancos de leite no mundo, o Brasil lidera o alcance do modelo. A rede nacional beneficia 1,1 milhão de recém-nascidos e assiste 13,1 milhões de mulheres. São 1,1 milhão de doadoras para 1,1 milhão de litros de leite coletados em 218 bancos de leite.

O modelo brasileiro de bancos de leite humano e as políticas públicas no Brasil são focados na proteção, promoção e apoio ao aleitamento materno, exclusivo, até os seis meses e continuidade da amamentação por dois anos ou mais. Nos bancos de leite humano, por exemplo, todo leite coletado passa por um rigoroso controle de qualidade, antes de ser distribuído, e é fornecido de acordo com as necessidades de cada criança.

A Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano foi estabelecida em 1998, por iniciativa do Ministério da Saúde e da Fundação Oswaldo Cruz, com a missão de promover, proteger e apoiar o aleitamento materno, coletar e distribuir leite humano com qualidade certificada e contribuir para a diminuição da mortalidade infantil.

Além de coletar e distribuir leite humano a bebês prematuros e de baixo peso, os Bancos de Leite Humano estão presentes em todos os Estados – alguns com coleta domiciliar – e realizam atendimento de orientação e apoio à amamentação. Em 2001, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu a rBLH-BR, com o Prêmio Sasakawa de Saúde, como uma das ações que mais contribuíram para redução da mortalidade infantil no mundo na década de 1990.

Cooperação

A estratégia brasileira abrange mais de 40 países, sendo 23 deles com participação direta do País na formulação de políticas, na colaboração para ações de vigilância sanitária e na capacitação, nas Américas Central e do Sul, além do México, Cabo Verde, Portugal e Espanha. Há 11 projetos bilaterais vigentes.

Por meio desta cooperação, o Brasil transfere conhecimento, assessoria para formulação de legislação, apoio para construção de sistemas de informação, treinamento e tecnologia para pasteurização, gestão e planejamento, entre outras ações.

Venezuela e México são os dois países com maiores respostas da estratégia. O país latino-americano alcança 194,6 mil recém-nascidos e 522,7 mil mulheres, num total de mais de 33,8 mil litros coletados. No país da América Central, são 109,5 mil crianças e 108 mil mulheres beneficiadas, com 14,1 mil litros doados.

Um outro exemplo de sucesso da cooperação brasileira é a relação com Cabo Verde. Com um único banco de leite, o país africano reduziu em 55% a mortalidade infantil. Ao todo, 2 mil crianças se beneficiam da estratégia, com 13,5 mil mulheres assistidas.

Fonte: Ministério da Saúde

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