Casos prováveis de chikungunya crescem 562% no país; zika avança

17 de maio, 2016

(Folha de S.Paulo, 17/05/2016) Em meio a uma tríplice epidemia, o Brasil tem vivido um avanço nos atendimentos por chikungunya e zika, ao mesmo tempo em que o ritmo de novos casos de dengue começa, pouco a pouco, a diminuir. As três doenças são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.

Dados do Ministério da Saúde, contabilizados até o dia 23 de abril, mostram que o país já registra ao menos 64.349 casos prováveis de febre chikungunya, cujo quadro é marcado por fortes dores nas articulações, distribuídos em 1.358 municípios.

O número de casos é 562% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando havia 9.710 registros. Já em todo o ano de 2015, foram 38.332, o que indica que a doença pode estar se espalhando com maior rapidez nos últimos meses.

O novo boletim epidemiológico foi divulgado na tarde desta terça-feira (17). Além do avanço da chikungunya, o balanço também mostra que é alto o número de casos prováveis de infecção por zika: já são 120.161 registros neste ano.

Para comparação, relatório anterior da pasta, com dados até o dia 2 de abril, apontava 91.387 casos prováveis. Em três semanas, o aumento foi de 31,5%.

SEM DADOS

O Ministério da Saúde não tem dados do ano anterior, quando o vírus foi identificado no país, ao fim de abril. Desde então, a pasta havia optado por confirmar apenas os Estados onde havia a circulação do vírus, sem contabilizar os atendimentos de casos suspeitos na rede de saúde.

A notificação desses casos passou a ser obrigatória só em fevereiro deste ano, em meio ao avanço de possíveis complicações do vírus, como a ocorrência de microcefalia.

Segundo o boletim, o país registra ao menos 9.892 gestantes com suspeita de infecção por zika. Destas, 3.598 já tiveram o quadro confirmado após exames ou por critério clínico-epidemiológico (quando há vários casos em uma mesma região, por exemplo, o que indica transmissão local do vírus).

DENGUE

Enquanto os casos de zika e chikungunya continuam a crescer no país, os registros de dengue têm dado os primeiros sinais de desaceleração nas últimas semanas, de acordo com o Ministério da Saúde.

Ainda assim, é alto o número de casos prováveis da doença, que já supera 1 milhão de registros. São 1.054.127 atendimentos contabilizados até 23 de abril deste ano, segundo os dados mais recentes disponíveis. No mesmo período de 2015, eram 994.205 casos.

Diferentemente do ano passado, em que teve maior concentração em alguns pontos do país (na época, cerca de metade do total de casos era registrado em São Paulo), a dengue tem avançado para mais Estados neste ano.

Ao menos 13 deles, além do Distrito Federal, já registram incidência de casos no patamar de uma epidemia de dengue –quando há mais de 300 casos de dengue cada 100 mil habitantes.

Apesar da distribuição mais ampla, os dados indicam que a dengue pode ter atingido o auge mais cedo neste ano. Técnicos do Ministério da Saúde também dizem esperar uma queda no número de casos nas próximas semanas, devido à intensificação nas campanhas de controle do mosquito Aedes aegypti.

Natália Cancian de Brasília

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