Zika em Alagoas: As sequelas que ficarão para sempre, por Diego Iraheta

11 de dezembro, 2017

Repórter Marcella Fernandes percorreu sertão alagoano em busca de mães e crianças que enfrentam as consequências da contaminação por zika.

(HuffPost Brasil, 11/12/2017 – acesse no site de origem)

Elas foram esquecidas pelo Estado. Mães que foram contaminadas por zika vírus quando grávidas em regiões de saneamento deficiente. Crianças que nasceram com microcefalia, hidrocefalia e síndrome congênita do zika e sem acesso fácil à rede pública de saúde.

Em maio de 2017, o Ministério da Saúde decretou fim de estado de emergência do zika no País. Mas para centenas de brasileiras, as sequelas ficarão para sempre.

O HuffPost Brasil conta a partir desta segunda-feira (11) o drama de mulheres do sertão alagoano que tiveram a vida transformada desde 2015, quando começou surto de zika no Nordeste. A série Zika em Alagoas: Esquecidos pelo Estado lança luzes sobre um problema que, se hoje não é mais considerado emergencial, pode comprometer uma geração de crianças que tiveram contato com o vírus descoberto há quase três anos.

A repórter Marcella Fernandes visitou municípios como Santana do Ipanema, Canapi e Inhapi, respectivamente a 206, 255 e 271 quilômetros de Maceió, capital de Alagoas. Ouviu as dificuldades das mães que passaram a viver em função do filho com a síndrome. E viu na prática os sacrifícios diários e as longas distâncias percorridas por elas em busca de tratamento para seus pequenos.

Supervisionada pela editora Andréa Martinelli, a série traz dados inéditos sobre casos descartados para zika em Alagoas, que passaram por uma recente revisão com um resultado surpreendente. Também apresenta um diagnóstico das condições que levaram ao surto em 2015 ao mesmo tempo em que faz um prognóstico pouco otimista sobre a doença no Brasil invisível para as autoridades sanitárias.

Zika em Alagoas: Esquecidos pelo Estado é o primeiro grande esforço do HuffPost Brasil de desvelar problemas regionais graves de que a imprensa tradicional passa ao largo e por que o Estado pouco ou nada faz. Acreditamos que assim contribuímos tanto para perscrutar a realidade do País quanto para buscar soluções que possam melhorar, mesmo que só um pouco, a vida dos brasileiros.

Nosso agradecimento especial a Anis, Instituto de Bioética, autor do primeiro relatório sobre as vítimas do zika em Alagoas.

Diego Iraheta

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