Grávidas com os sintomas de zika ficam sem saber resultado de exame

11 de abril, 2016

(G1, 11/04/2016) Ribeirão Bonito é a cidade com mais notificações, somando 18 suspeitas.Cidade alega que Instituto Adolfo Lutz não tem kits suficientes para testes.

Mesmo com sintomas, grávidas de Ribeirão Bonito (SP) não conseguem saber se estão com vírus da zika. A cidade é a que mais tem notificações com 18 suspeitas. O município alega que o Instituto Adolfo Lutz não tem kits suficientes para fazer os exames. Em São Carlos, a gripe H1N1 também preocupa a população e também há demora para identificar a doença.

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No caso das gestantes com suspeitas da doença, existe o risco de a criança desenvolver a microcefalia. A coleta para o exame tem que ser feita até o quinto dia dos sintomas. Mesmo sem a confirmação, o médico já entra com o tratamento. “Até agora mandamos quatro sorologias, sendo duas de gestantes e ainda não recebemos os resultados”, afirmou Maria Silvia Lozana Vanicchi, coordenadora da Vigilância Epidemiológica.

A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo informou a demora nos resultados de zika em Ribeirão Bonito ocorre porque o Ministério da Saúde enviou uma quantidade de kits em fevereiro que não foi suficiente para atender a demanda. A pasta afirmou que está comprando mais kits.

Sintomas
Os sintomas parecem com os da dengue, mas com algumas diferenças: há febre, mal-estar, manchas vermelhas na pele, olhos vermelhos e dor nas articulações. No consultório do pronto-socorro da cidade, há um esquema anotado sobre os procedimentos que devem ser tomados em casos suspeitos.

Se o médico achar, que se trata do zika vírus, as enfermeiras anotam tudo na ficha do paciente e encaminham o caso para a Vigilância Epidemiológica, que comunica ao Controle de Vetores. Na Santa Casa é feito o hemograma, um exame de sangue que serve para descartar a dengue, mas no local não tem dado para fazer um exame específico para o zika vírus.

A professora Solange Rosa de Moraes teve o vírus da zika. Segundo ela, no começo parecia uma gripe. “Eu sentia muita dor na nuca e dor nos olhos. Depois fui ao médico, ela me deu uma injeção na veia e os sintomas passaram”, contou. Só que em pouco tempo depois surgiu o vermelhidão na pele e ela procurou o médico mais uma vez. O especialista entrou com o medicamento e pediu que ela fizesse o hemograma. Solange não teve dúvida, decidiu pagar para saber ao certo oque tinha. “Fiz a sorologia e o resultado deu positivo”.

Preocupação
A diretora de Saúde, Maria Eliza Albobeia explicou que incerteza do diagnóstico preocupa a secretaria porque não é possível saber com certeza qual é o vírus que circula no município, se é o da dengue, da zika, ou da chikungunya, doenças que são transmitidas pelo mesmo mosquito, o Aedes aegypti.

Mesmo sendo só suspeita, o bloqueio é feito para matar o mosquito. “Se tem um caso notificado em uma rua, eles vão, fazem naquela casa e ao redor para ver se não há infestação maior da doença”, explicou Maria.

H1N1
Em São Carlos, a doença também preocupa as pessoas. Na Santa Casa, já são 37 casos notificados da gripe, sendo que dois deram positivo e três foram descartados. Outros 26 pacientes aguardam uma resposta. Duas pessoas já morreram na região.

Quem chega ao local, segue um protocolo de atendimento. Recebe uma ficha e passa por uma triagem. No caso de suspeita do vírus, o paciente ganha uma máscara. A pulseira vai determinar a urgência do atendimento. “A vermelha é para o atendimento imediato, a laranja para 10 minutos, a amarela 60 minutos, a verde 2h e a azul 4h”, explicou a enfermeira Luciene Lino.

Demora
Depois o doente é cadastrado e passa pelo médico. O caso já é notificado como suspeito de H1N1, mas para saber se os sintomas são mesmo da doença, só depois de muito tempo. “Mesmo demorando entre 30 e 40 dias para chegar o resultado, o paciente suspeito inicia o tratamento. É um exame muito específico que leva um pouco mais de tempo do que um teste convencional apenas com sangue”, disse o médico Robson Poul Tiossi.

Sobre a demora nos exames de detecção de H1N1, a Secretaria Estadual de Saúde informou que o Ministério da Saúde não enviou a quantidade suficiente para atender a população.

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